HISTÓRIA DAS VANGUARDAS AMERICANAS. BIOGRAFIA: DEMUTH, Charles (1883-1935).
O artista nasceu em Lancaster (PA), em familia de recursos e interesses culturais. Demuth estudou no Instituto Drexel (Filadélfia, PA, 1901-1904); e, com Tomas Anshutz e William Merrit Chase na Academia de Belas Artes da Pensilvânia (Filadélfia, 1905-1906). Demuth passou um ano estudando arte em Paris (1907); o artista voltou aos EUA para depois passar prolongada temporada parisiense, quando frequentou a Academia Colarossi e a Academia Julian (1912-1914; v. no meu Blog:<
Demuth foi influenciado pelas obras de Henri Matisse que, na época, passou a fazer muito sucesso junto as vanguardas francesas depois do lancamento do Grupo (Francês) do Fauvismo no Salão dos Artistas Independentes (Paris, 1905-1908; v.); e também foi influenciado pelo artista norte-americano John Marin (1870-1953), que passava temporada em Paris.
Demuth dominou completamente a técnica de Aquarela; o artista voltou à América e radicou-se em Nova York, onde expôs na sua primeira mostra individual obras Figurativas nessa técnica (1915). O artista expôs suas pinturas na Galeria 291 (v., abaixo), de Alfred Stieglitz. Demuth foi esteta e artista sofisticado, que trabalhou vários temas diferentes simultaneamente, como flores, cenas de espetaculos teatrais e de circo, além de paisagens, Demuth ilustrou livros, com interpretações pessoais para Nana, de Émile Zola e a Máscara da Morte Vermelha, de Edgar Allan Poe, entre outros. O artista passou a desenvolver seu estilo cubista, com números pintados em primeiro plano sobre estruturas arquitetônicas modernas e composições em diagonal. Essas obras foram pintadas sem a presença de personagens e com elementos de composição geométrica, adquirindo contornos limítrofes com a monumentalidade (1916-1920). As composições se mostraram marcadamente arquitetônicas, construídas na técnica de têmpera sobre tela, na qual se destacaram Depois de Sir Christopher Wren (1920); e, Eu vi o número 5 em Ouro (I saw the number 5 in Gold, 1928), esta baseada em poema de William Carlos Williams, no acervo do Museu Metropolitano (Nova York).
Demuth participou do Precisionismo juntamente com o artista plástico, fotógrafo e cineasta Charles Sheeler; Edward Hopper, esse, posteriormente e durante certo período considerado o maior pintor americano; e Georgia O' Keeffe, que casou-se com o fotógrafo das vanguardas e proprietário da Galeria 291, Alfred Stieglitz.
A partir dessa época Demuth esteve doente: ele se tornou diabético. No entanto, o artista não interrompeu suas atividades de pintor e continuou à produzir notáveis aquarelas de frutas e flores com influência de Paul Cézanne; e obras de seu Cubismo diferenciado, único, que tornou o artista um dos precurssores da arte das vanguardas norte-americanas e um de seus mais originais artistas. A pintura de Demuth, Meu Egito (1927), no acervo do Museu Whitney de Arte Americana (Nova York), se encontra reproduzida (BUTOR, 1992).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
BUTOR, M.; MARTIN, J.; MASSU, C.; NICHOLS, S., PARIGORIS, A.; RIOUT, D.; TRAVIS, D. BUTOR, M (Pref.). L'Art des États-Unis. Traduction de Christiane Thiollier et Dominique Ferrault. Paris: Citadelles et Mazenod, 1992. 637p: il., color., p. 101.
ENCICLOPÉDIA. DUTTON, E. P.; STEINER, P. Encyclopaedia of American Art. New York: E. P. Dutton - Chanticler Press, 1981, p. 142.
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