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Wednesday, July 9, 2014

GRUPO MULTIDISCIPLINAR (PAULISTA DA) SOCIEDADE (SECRETA) BUCHA [BÜRSCHENSHAFT] (São Paulo, 1831 - 1932).

GRUPO MULTIDISCIPLINAR (PAULISTA DA) SOCIEDADE (SECRETA) BUCHA [BÜRSCHENSHAFT] (São Paulo, 1831 - 1932). Esta sociedade secreta foi trazida da Alemanha para o seio da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (atual USP) pelo professor Julius Frank (Johann Julius Gottfried Ludwig Frank, 1808-1841), que estudou na Universidade de Göttingen, onde adquiriu suas idéias liberais (Alemanha). O futuro professor emigrou para o Brasil (1828) e depois de passar pelo Rio de Janeiro e viver em Sorocaba, passou a residir em uma república de estudantes em São Paulo. Frank passou a dar aulas particulares, ajudando os filhos da elite brasileira a conseguirem prestar os exames preparatórios para Academia de Direito. Frank prestou concurso e foi admitido como professor e deu aulas no Curso Anexo da Academia de São Paulo, criada há somente um ano (1827-). Frank foi contratado temporariamente por dez anos, pois não podia ser efetivado por ser estrangeiro. Frank escreveu com seu aluno Antonio Joaquim Ribas, posteriormente catedrático da Academia, e publicou o Resumo da História Universal, o que valeu-lhe o ingresso como membro corrrespondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1839). Frank sugeriu a criação de uma associação de estudantes para ajudar os menos favorecidos, através de rede de alunos e ex-alunos da Academia, reproduzindo conduta usual nas universidades alemãs. Essa sociedade foi chamada de Burschenschaft Paulista. A Bucha, como ficou mais conhecida, exerceu papel importante durante o período da Primeira República: todos os presidentes civís brasileiros dela participaram desde Prudente de Morais (1894-1898), sendo a única exceção Epitácio Pessoa (Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa, 1865-1942). A Bucha conseguiu colocar seus membros nos mais altos escalões da sociedade e do governo brasileiro: participaram personalidades destacadas na República Velha, como o poeta abolicionista Castro Alves (Antônio Frederico de Castro Alves, 1847-1871), o grande intelectual jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradutor e orador Rui Barbosa (Rui Barbosa de Oliveira, 1849-1923), conhecido como a Águia de Haia, coautor de nossa primeira Constituição, deputado, senador, ministro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras e seu presidente depois de Machado de Assis (1908-1919), que fundou com Alves sociedade abolicionista. O destacado Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos Júnior, 1845-1912), advogado, geógrafo e historiador brasileiro, destacado diplomata, Consul Geral do Brasil em Liverpool, que resolveu questões de fronteiras entre o Amapá e a Guiana Francesa, entre Santa Catarina e Paraná contra a Argentina, arbitrada pelo presidente norte-americano Grover Cleveland; e entre o Acre e a Bolívia. O Barão do Rio Branco pertenceu à Academia Brasileira de Letras e foi Ministro das Relações Exteriores durante os mandatos dos presidentes Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca, todos os citados participantes da Bucha. Quintino Antônio Ferreira de Sousa (Itaguaí, 4 de dez., 1836 - Rio de Janeiro, 11 de jun., 1912) foi um jornalista que viveu na cidade de São Paulo, iniciando a vida profissional como tipógrafo e revisor (1850). Afirmando o nativismo, Quintino adotou o nome Bocaiuva, comum a duas espécies nativas de palmeira; ele desejava cursar Direito, mas foi forçado a abandonar os estudos por falta de recursos. Bocaiuva voltou a viver no Rio de Janeiro, e, defensor ardoroso das ideias republicanas, colaborou como jornal Acaiaba (1851). Quintino trabalhou no jornal Diário do Rio de Janeiro (1854) e Correio Mercantil (1860-1864). Maçom, iniciado na Loja Amizade (São Paulo, 1861-), foi redator do Manifesto Republicano, publicado na primeira edição do A República (3 de dez., 1870). Bocaiuva participou desse periódico até o final (1874), quando fundou o jornal O Globo (1874-1883). Em 1884 fundou O Paiz, que exerceu grande influência na campanha republicana. Bocaiuva foi o primeiro ministro das relações exteriores da República (1889 a 1891) e Presidente do estado do Rio de Janeiro (1900 a 1903). O Marechal Floriano Peixoto chegou à presidência devido ao golpe de 23 de novembro de 1891 e disputou as primeiras eleições diretas com o paulista, natural de Piracicaba, representante das elites cafeeiras Prudente de Morais (Prudente José de Morais e Barros, 1841-1902), que venceu-as e tornou-se o 3º Presidente do Brasil (15 de nov., 1894 - 15 de nov., 1898). Prudente graduou-se em direito na Universidade de São Paulo, em 1863 e participou da Bucha. Na disputa pela presidência, Prudente candidatou-se pelo Partido Republicano Federal (PR Federal), fundado pelo paulista Francisco Glicério (1893). Prudente de Morais foi Presidente do Estado de São Paulo, cargo equivalente atualmente ao de governador; foi senador, chegou a ser Vice-Presidente do Senado e presidiu a Assembleia Constituinte (1890-1891). Elaborada a Constituição, disputou com Deodoro da Fonseca a presidência da república, sendo derrotado. Posteriormente candidatou-se, venceu as eleições e desfrutava de grande popularidade quando passou o cargo de Presidente da República a Campos Sales: ele retirou-se para Piracicaba, onde exerceu a advocacia por alguns anos. O advogado, formado na turma de 1863 da Faculdade de Direito de São Paulo, Campos Sales (Manuel Ferraz de Campos Sales, 1841-1913), participante da Bucha, tornou-se o 4º Presidente do Brasil (15 de nov., 1898 - 15 de nov., 1902). Sales foi o segundo Presidente do Estado de São Paulo (1896 -1897); ele ingressou no Partido Liberal e participou da criação do Partido Republicano Paulista (PRP, 1873). Campos Sales foi vereador, deputado provincial e deputado geral (hoje, federal), sempre pelo PRP; nomeado Ministro da Justiça do governo provisório de Deodoro da Fonseca, foi eleito senador da república em 1891, mas renunciou ao cargo em 1896 para se tornar Presidente do Estado de São Paulo. Na Presidência da República, o principal mérito de seu governo foi conseguir a estabilidade política do Brasil. Campos Sales fez seu sucessor, o paulista, advogado, político brasileiro, Conselheiro do Império, Presidente da Província de São Paulo, Presidente do Estado, ministro da fazenda, o o 5º Presidente do Brasil (15 de nov., 1902 - 15 de nov., 1906), Rodrigues Alves (Francisco de Paula Rodrigues Alves, 1848-1919). O Vice-Presidente de Campos Sales, o mineiro Silviano Brandão faleceu, sendo substituído por outro mineiro, o Conselheiro Afonso Pena (Afonso Augusto Moreira Pena, 1847-1909), que posteriormente tornou-se o 6º Presidente do Brasil (15 de nov., 1906 - 14 de junho, 1909). Igualmente participante da Bucha. O próximo Presidente, Nilo Peçanha (Nilo Procópio Peçanha, 2 de out., 1867 - 31 de mar., 1924), foi um político brasileiro que estudou na Faculdade de Direito de São Paulo e depois na Faculdade do Recife, onde se formou. Nilo Peçanha tornou-se o 7o Presidente do Brasil (14 de jun., 1909 - 15 de nov., 1910), assumindo a Presidência da República após o falecimento de Afonso Pena (14 de jun., 1909). O mulato Nilo negou sua afro-descendência sem negar sua origem humilde: natural de Campos dos Goytacases, maçom e Grão-mestre do Grande Oriente do Brasil de 23 de julho de 1917 a 24 de setembro de 1919, quando renunciou ao cargo. Peçanha apoiou e foi sucedido pelo Marechal Hermes da Fonseca (Hermes Rodrigues da Fonseca, 1855-1923), o 8º Presidente do Brasil (15 de nov., 1910 - 15 de nov., 1914), sobrinho do presidente Deodoro da Fonseca, ambos pertencentes à Maçonaria. Passou-se um período sem presidentes participantes da Bucha, até que foi eleito Venceslau Brás Pereira Gomes (Brasópolis, 26 de fev. 1868 - Itajubá, 15 de maio, 1966) foi advogado, ex-aluno da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Maçon e político, o 9º Presidente do Brasil (15 de nov., 1914 - 15 de nov., 1918), com afastamento de um mês em 1917 por motivo de doença, assumido por seu vice-presidente, Urbano Santos da Costa Araújo. Artur Bernardes (Artur da Silva Bernardes (Viçosa, 8 de ago., 1875 - Rio de Janeiro, 23 de mar., 1955) foi advogado, ex-aluno da Universidade Federal de Minas Gerais, político, Prefeito de Viçosa (Minas Gerais), Presidente de Minas Gerais (1918 - 1922) e 12º Presidente do Brasil (15 de nov., 1922 - 15 de nov., 1926). Seus seguidores foram chamados de "bernardistas". Bernardes participou da Revolução de 1930, e foi um revolucionário constitucionalista (1932): o fracasso do movimento levou-o a exilar-se em Portugal. De volta ao Brasil, em 1934, foi eleito deputado federal (1935-1939), porém, perdeu o mandato devido ao golpe do Estado Novo (1937). Quando a democracia foi restabelecida Bernardes elegeu-se deputado federal constituinte (1945). Bernardes defendeu o Petróleo e a Siderurgia nacionais: ele ocupou o cargo de deputado federal até a sua morte. Washington Luís (Washington Luís Pereira de Sousa, Macaé, 26 de out., 1869 - São Paulo, 4 de agosto, 1957). Advogado, historiador e político brasileiro, 11º Presidente do Estado de São Paulo, último presidente da República Velha e o 13º Presidente do Brasil (15 de nov., 1926 - 24 de out., 1930). Washington Luís foi deposto por golpe militar na denominada Revolução de 1930, que passou o poder a Getúlio Vargas (1882-1954), que impediu a posse do presidente eleito, Júlio Prestes (Itapetininga, São Paulo, 15 de março de 1882 - 9 de fevereiro de 1946), filho do quarto Presidente do Estado de São Paulo, Fernando Prestes de Albuquerque, ex-aluno da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Maçon. Getúlio Vargas, ditador durante quinze anos, encabeçando a dita, Junta Governativa Provisória (1930-1945), mandou invadir o prédio das Arcadas, da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e confiscou todos os documentos da Burschenschaft Paulista. A Bucha, não terminou: era secreta e permaneceu mais secreta ainda, pois passou à clandestinidade (São Paulo, 1932-). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ARTIGO. VERSOLATO, B. A misteriosa história da Bucha. São Paulo: O Estado de São Paulo, CIDADES/ METRÓPOLE, C 9, Domingo, 02 março, 2008. INTERNET. Afonso Pena. Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi modificada pela última vez à(s) 15h10min de 22 de junho de 2014. Disponível em: Acesso em 08 de julho, 2014. INTERNET. Artur Bernardes. Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi modificada pela última vez à(s) 20h25min de 16 de junho de 2014. Disponível em: Acesso em 09 de julho, 2014. INTERNET. Barão do Rio Branco. e-biografias. Última atualização em 22 de ago., 2012. Disponível em: Acesso em 08 de julho, 2014. INTERNET. Getúlio Vargas. Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi modificada pela última vez à(s) 19h48min de 15 de junho de 2014. Disponível em: Acesso em 08 de julho, 2014. INTERNET. Hermes da Fonseca. Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi modificada pela última vez à(s) 03h12min de 24 de junho de 2014. Disponível em: Acesso em 08 de julho, 2014. INTERNET. Júlio Prestes. Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi modificada pela última vez à(s) 05h59min de 14 de maio de 2014. Disponível em: Acesso em 08 de julho, 2014. INTERNET. Julius Frank. Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi modificada pela última vez à(s) 11h01min de 3 de maio de 2014. Disponível em: Acesso em 08 de julho, 2014. INTERNET. Rodrigues Alves. Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi modificada pela última vez à(s) 01h45min de 24 de abril de 2014. Disponível em: Acesso em 08 de julho, 2014. INTERNET. Ruy Barbosa. Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi modificada pela última vez à(s) 19h57min de 14 de junho de 2014. Disponível em: Acesso em 08 de julho, 2014. INTERNET. Venceslau Brás. Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi modificada pela última vez à(s) 02h43min de 3 de julho de 2014. Disponível em: Acesso em 09 de julho, 2014.

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