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Monday, March 25, 2013


 
HISTÓRIA DAS VANGUARDAS AMERICANAS.  
WEBER, Max (1881-1961).
 



 
O artista plástico nasceu em Bialystok (Rússia), mas com 10 anos de idade emigrou com sua família para a América; o futuro artista plástico foi morar no bairro do Brooklyn (Nova York). O alfaiate judeu pai de Weber, trabalhava na cidade russa que foi ativo centro da indústria têxtil e que, depois da I Guerra Mundial teve seu território anexado à Polônia. Weber naturalizou-se norte-americano e estudou no Pratt Institute (Nova York, 1902).




 O artista se tornou professor de Desenho na escola de Arthur Wesley Dow (1857-1922), artista que foi seu professor no InstitutoPratt, com quem Weber estudou particularmente durante um ano, e que, por sua vez, estudou com Paul Gauguin (Pont-Aven, França). Dow foi assistente de Ernest Fenollosa, curador da secção de Arte Japonesa, sobre a qual publicou livro, no Brooklyn Museum (Nova York). Durante dois anos Weber lecionou na Escola de Artes da Universidade Lynchbury e, durante outros dois, na Escola Estadual Normal Duruth (Virginia e Minesota, 1903-1905).
 



Weber viajou e passou prolongada temporada em Paris (1905-1908), onde estudou arte com Henri Laurens na Academia Julian. Weber se associou à artistaas das vanguardas norte-americanas que viviam em Paris e frequentou o estúdio de Edward Steichen, que depois se tornou conhecido fotógrafo, inclusive suas fotografias foram reproduzidas na revista Camera Work, de Alfred Stieglitz (v. revistas detalhadas abaixo). O grupo se artistas reunidos fundou a Nova Sociedade de Artistas Americanos em Paris (1908), da qual participaram Weber, Steichen, Alfred Maurer, Jô Davidson, Patrick Henry Bruce e John Marin, que se opuseram a entidade existente até então, denominada Sociedade de Pintores Americanos em Paris.    




Na sua prolongada temporada parisiense Weber montou seu estúdio na rue Belloni (1907-1908), e participou do círculo dos amigos de Robert Delaunay, casado com a artista de origem bielorussa, como ele, Sonia Delaunay-Terk. Weber conheceu Pablo Picasso, o pintor Jules Flandrin, André de Segonzac e ficou muito amigo de Henri Rousseau. O artista expôs suas obras no Salão dos Artistas Independentes (1906; 1907) e no Salão de Outono (1907; 1908). Durante quase um ano Weber estudou desenho e pintura no estúdio de Henri Matisse (1908) onde se tornou assistente dele, para quem organizou as classes na fase mais ativa do pintor vanguardista, marcada pela emergência do movimento dos Fauvistas (Feras, 1905-1908), que Matisse liderou informalmente.



Nessa época, marcada pelo Proto-cubismo de Pablo Picasso (v. Cubismo, 1ª fase: Proto-Cubismo), e de Georges Braque devido a emergência da estética da arte primitiva africana, dita Arte Negra, permeada pela influência japonesa devido à divulgação das novas gravuras nipônicas, cujos diferentes estilos orientais, influenciaram a arte de Max Weber. A estética do artista foi permeada pelo Cubismo, Arte Negra e pela influência das pinturas de Paul Cézanne, desde que Weber viu a grande mostra do pintor realizada no Salão dos Artistas Independentes (1906), aliados à influência do Futurismo italiano, somente divulgado um pouco mais tarde através de várias mostras européias  (Paris, 1912; Londres, 1913).


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Quando no final do ano Weber resolveu voltar a América, Rousseau ofereceu-lhe a festa de despedida, à qual compareceram Guillaume Apollinaire, Marie Laurencin e Picasso, entre outros amigos que Weber fez em Paris. O artista retornou de navio a Nova York (21 dez., 1908 - 9 jan., 1909). A pobreza se instalou na vida de Weber, pois suas obras avançadas foram incompreendidas no seu país, na época, mas participaram de sua primeira mostra individual, realizada na Haas Gallery (Nova York, 1909). Na ocasião Arthur Bowen Davis adquiriu algumas obras do artista, o que permitiu a Weber alugar um estúdio fora da cidade; suas obras participaram de várias mostras coletivas, inclusive internacionais, quando Roger Fry, que tinha ouvido falar de Weber, escreveu-lhe pedindo 05 obras para participarem da coletiva que ele organizava nas Grafton Galleries (Londres, 1910). Weber enviou-lhe 11 quadros, para dar a Fry  escolha: ele expôs todas as obras. As pinturas de Weber participaram de várias mostras coletivas (1910; 1911), realizadas no enclave das vanguardas nova-iorquinas, nas ditas, Little Galleries of the Photo Sezession, mais conhecidas como Galeria 291, pertencente ao fotógrafo Alfred Stieglitz. Weber expôs duas obras na Exposição da Armada (Armory Show, 1913), organizado com curadoria de Arthur Garfield Dove, para a qual ele emprestou o quadro de Henri Matisse que trouxera consigo de Paris.

      


Weber foi o organizador da primeira mostra de Henri Le Douanier Rousseau na América, no ano em que o pintor faleceu, realizada na Galeria 291 (1910), com as obras que o negociante de quadros Wilhelm Uhde adquiriu no ano anterior no estúdio de Rousseau, em Paris. Weber expôs 3 quadros na 1ª Exposição da Sociedade dos Artistas Independentes, fundada em Nova York (1915) e presidida inicialmente por seu grande amigo, o pintor Abraham Walkowitz, de quem Weber pintou o retrato.



A obra de Weber, pioneira da influência do Cubismo na arte norte-americana, foi ridicularizada, censurada, atacada, explorada e, durante décadas, permaneceu incompreendida na arte do seu país. No entanto, o artista conseguiu alguns colecionadores, como o fotógrafo Alvim Langdon Coburn, a socialite Mabel Dodge, o milionário Hamilton Ester Field, e, ainda, Lillie P. Bliss, mais tarde fundadora do MoMA (Nova York, 1936).  




No final da segunda década do século XX (1917), Weber tornou-se adepto do Naturalismo (v. Naturalismo no meu Blog:<http://arteeuropeiadevanguarda.blogspot.com>) quando ele pintou muitas lembranças de sua infância russa, relembrando antigas memórias místicas judaicas, em quadros nos quais apareceram rabinos e estudantes de teologia. Muitas das pinturas de Weber se encontram nos acervos de importantes museus norte-americanos como Restaurante Chinês (1915), abstração Cubista no acervo do Museu Whitney de Arte Americana; Concurso Atlético (1915), no acervo do Museu Metropolitano (Nova York). As obras de Weber foram incluídas em mostras mais recentes e marcantes dos precurssores da arte das vanguardas norte-americanas, como A Década da Exposição da Armada: Novos Rumos para a Arte Americana, 1910-1920  [The Decade of The Armory Show: New Directions of American Art, 1910-1920], realizada no Museu Whitney de Arte Americana (1963); e a Raízes dos Artistas  Americanos na América [Roots of American Artists in America 1910-1930], realizada no Museu Metropolitano, ambos em Nova York.



Na sua época Weber foi um dos artistas mais atacados pela crítica de arte, logo ele que, ou justamente por isso, participou com suas obras do maior número de mostras das vanguardas. No entanto, sua obra foi notada pelos mais destacados críticos como James Thrall Soby, Henry McBride e Forbes Watson. Na década de 1940 Weber voltou à pintura Figurativa, como muitos de seus amigos artistas norte-americanos; e, pouco antes de sua morte, o Museu Judaico consagrou-lhe exposição retrospectiva (Nova York, 1959). Weber publicou os livros Ensaios sobre Arte (Essays on Art, 1916); Poemas Cubistas e sua auto-biografia Max Weber (1945).



REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

 

BUTOR, M.; MARTIN, J.; MASSU, C.; NICHOLS, S., PARIGORIS, A.; RIOUT, D.; TRAVIS, D. BUTOR, M (pref.). L'Art des États-Unis. Traduction de Christiane Thiollier et Dominique Ferrault. Paris: Citadelles et Mazenod, 1992, p. 471.

 
DICIONÁRIO. CHILVERS, I. The Concise Oxford Dictionary of Art and Artists. Edited by Ian Chilvers.  Oxford: Oxford University Press, 1990. 517p., p. 502. (Oxford reference).

 
ENCICLOPÉDIA. DUTTON, E. P.; STEINER, P. Encyclopaedia of American Art. New York: E. P. Dutton - Chanticler Press, 1981, p. 587.

 
WERNER, A. Max Weber. New York: Harry N. Abrams, 1975, pp. 15 - 60, 69. 

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