Filho de pais russos georgianos, o dançarino e coreógrafo George Balanchine foi pioneiro do balé nos Estados Unidos, fundador da Escola do Balé Americano [School of the American Ballet] e do Balé Americano [American Ballet], entre outras companhias de dança. O pai de Balanchine foi o compositor Meliton Balanchivadze (1862-1937), entre os fundadores da Ópera da Georgia; seu irmão seguiu a mesma carreira musical e se tornou o conhecido compositor Andria Balanchivadze (1906-1992). A mãe incentivou o filho Georgi a seguir a carreira de bailarino, para a qual, à princípio, ele não parecia demonstrar grande interesse.
Balanchine começou os estudos de música e dança aos nove anos de idade na Escola do Balé Imperial de São Petersburgo. A chegada da Revolução Bolochevique fechou a escola: para sobreviver, Balanchine passou a tocar piano em cabarés e cinemas que passavam filmes silenciosos. A escola reabriu com seus fundos bastante reduzidos, mas Balanchine conseguiu se formar com honra (1921). Balanchine estudou Piano avançado, Teoria Musical, Contraponto, Harmonia e Composição no Conservatório Musical de Petrogrado, onde também se graduou (1923), enquanto trabalhava para o Teatro Estatal Acadêmico da Òpera e Ballet (1923-1924). Aos dezoito anos de idade Balanchine se casou com a bailarina Tamara Geva, de quinze anos de idade (1922). Ainda bem jovem Balanchine coreografou seu primeiro trabalho, o Pas-de-deux do balé A Noite [La Nuit] (1920), com música de Anton Rubinstein. Seguiu-se o dueto, Enigma, dançado com pés descalços. Balanchine formou com seus colegas bailarinos o pequeno grupo chamado de Ballet Jovem (1923). No entanto, as obras coreográficas experimentais do grupo foram arrojadas demais para as autoridades proletárias do novo governo soviético, que incentivaram o desmantelamento do grupo. Na turnê à Prússia, realizada com os ditos, Dançarinos Estatais Soviéticos, Tamara Geva, Alexandra Danilova e Nicholas Efimov, os dançarinos desertaram e voaram para Paris (1924). O grupo todo foi absorvido pelos Ballets Russes de S. P. Diaghilev; Balanchine se tornou o Maître de Ballet e principal coreógrafo da companhia. Nesse período, até o final dos Ballets Russes (1924-1929), Balanchine criou nove coreografias para os balé encenados pelo grupo: O Canto do Rouxinol [Le Chant du Rossignol] (1925); João na Caixa [Jack in the Box], Pastoral [Pastorale] e Barabau (1926); A Gata [La Chatte] e O Triunfo de Netuno [Le Thriomphe de Neptune] (1927); Apolo, Líder das Musas [Apollon, Musaguété] (1928); O Filho Pródigo [Le Fils Prodigue] e O Baile [Le Bal] (1929).
Balanchine se divorciou de Tamara Geva e viveu com uma das mais belas bailarina dos Ballets Russes, Alexandra Danilova, cuja fotografia se encontra reproduzida (SHEAD, 1983). O relacionamento durou poucos anos; quando a companhia dos Ballets Russes encerrou suas atividades devido a morte de seu mentor, Sergei Diaghilev (1872-1929), Balanchine viveu período em Londres onde coreografou as Revistas de Cochane [Cochrane Revues]. Em seguida, o professor, bailarino e coreógrafo foi contratado como Maître de Ballet, convidado pelo Balé Real Dinamarquês [Royal Danish Ballet] (Copenhagen).
No começo da década de 1930, Balanchine passou curto período com o Balé do Teatro da Ópera de Paris [Ballet du Théâtre de l’Opera de Paris]. Quando seu contrato terminou o bailarino e coreógrafo foi exonerado, substituído por Léonid Massine (1894-1979). Quando a Companhia Teatral S. P. Diaghilev, promotora dos Ballets Russes encerrou suas atividades, Massine adquiriu cenários e figurinos de vários espetáculos completos, anteriormente encenados com sua coreografia (1929). Esse perfil tornou Massine coreógrafo muito interessante para o Balé do Teatro da Ópera de Paris, agora tendo como principal diretor o bailarino, derradeira estrela dos Balés Russos, Serge Lifar. Balanchine emigrou e organizou a Escola do Balé Americano [School of the American Ballet], inaugurada na cidade de Nova York (2 jan., 1934). Um dos patrocinadores foi Edward M. M. Warburg, e, no final do primeiro ano, os estudantes apresentaram na propriedade do patrono Serenata [Serenade]. No ano seguinte Balanchine organizou a sua primeira companhia, do dito, Balé Americano [American Ballet] (1935), que se apresentou no Metropolitan Opera House (Nova York, 1936). Balanchine coreografou Orfeu e Eurídice [Orfeo and Eurydice] e, no ano seguinte, promoveu outro programa com música de Igor Stravinsky (1882-1971). A companhia de Balanchine renomeada de Caravana do Balé Americano [American Ballet Caravan], se instalou em Hollywood (1938), quando realizou muitas turnês na América do Norte e Sul. Vera Zorina casou-se com Balanchine, com quem viveu alguns anos (1938-1946).
Na década de 1930-1940 Balanchine realizou coreografias para vários espetáculos da Broadway, como os musicais de Richard Rodgers, Lorenz Hart e Vernon Duke. Na década de 1940, quando a Caravana do Balé Americano encerrou suas atividades, Balanchine passou dois anos como coreógrafo residente da companhia dos Balés Russos de Monte Carlo (1944-1946). Novamente com o generoso patrocínio de Lincoln Kirsten, Balanchine formou sua nova companhia americana, do Balé Sociedade [Ballet Society]. Depois de algumas apresentações bem sucedidas e outras nem tanto, o Centro de Música e Drama da Cidade de Nova York [New York City Center for Music and Drama], ofereceu suas instalações para sediar o novo Balé Sociedade (1948-). Essa companhia se transformou, pouco tempo depois, no Balé da Cidade de Nova York lNew York City Ballet]. E Balanchine se casou novamente, agora com Maria Tallchief (1946-1952). Em meados da década de 1950, Balanchine começou a tradição de apresentar todos os natais o balé O Quebra-Nozes (Tchaikowsky), na cidade de Nova York, transfomando-o em perene fonte de renda para todas as companhias que apresentaram anualmente o espetáculo (1954-).
No século XX Balanchine embutiu na sua moderna obra coreográfica os preceitos do balé clássico, base de sua inovadora obra, se transformando no mais influente coreógrafo de balé nos Estados Unidos. A sua primeira obra coreográfica que inaugurou anteriormente a parceria com Igor Stravinsky foi Apolo, Líder das Musas [Apollon Musaguéte], encenado com os Ballets Russes da Cia. Teatral S. P. Diaghilev (1929). Quando ambos, Balanchine e Stravinsky se encontraram vivendo nos Estados Unidos, deram sequência à sua bem sucedida parceria, produzindo balés como O Jogo de Cartas [The Card Game] (1937), entre outros, como Agon, que estreou com música de Stravinsky dançado por doze bailarinos do Balé da Cidade de Nova York lNew York City Ballet] (abr., 1957).
SHEAD, 1989, pp. 119-120, 125, 154, 161-163.
Balanchine começou os estudos de música e dança aos nove anos de idade na Escola do Balé Imperial de São Petersburgo. A chegada da Revolução Bolochevique fechou a escola: para sobreviver, Balanchine passou a tocar piano em cabarés e cinemas que passavam filmes silenciosos. A escola reabriu com seus fundos bastante reduzidos, mas Balanchine conseguiu se formar com honra (1921). Balanchine estudou Piano avançado, Teoria Musical, Contraponto, Harmonia e Composição no Conservatório Musical de Petrogrado, onde também se graduou (1923), enquanto trabalhava para o Teatro Estatal Acadêmico da Òpera e Ballet (1923-1924). Aos dezoito anos de idade Balanchine se casou com a bailarina Tamara Geva, de quinze anos de idade (1922). Ainda bem jovem Balanchine coreografou seu primeiro trabalho, o Pas-de-deux do balé A Noite [La Nuit] (1920), com música de Anton Rubinstein. Seguiu-se o dueto, Enigma, dançado com pés descalços. Balanchine formou com seus colegas bailarinos o pequeno grupo chamado de Ballet Jovem (1923). No entanto, as obras coreográficas experimentais do grupo foram arrojadas demais para as autoridades proletárias do novo governo soviético, que incentivaram o desmantelamento do grupo. Na turnê à Prússia, realizada com os ditos, Dançarinos Estatais Soviéticos, Tamara Geva, Alexandra Danilova e Nicholas Efimov, os dançarinos desertaram e voaram para Paris (1924). O grupo todo foi absorvido pelos Ballets Russes de S. P. Diaghilev; Balanchine se tornou o Maître de Ballet e principal coreógrafo da companhia. Nesse período, até o final dos Ballets Russes (1924-1929), Balanchine criou nove coreografias para os balé encenados pelo grupo: O Canto do Rouxinol [Le Chant du Rossignol] (1925); João na Caixa [Jack in the Box], Pastoral [Pastorale] e Barabau (1926); A Gata [La Chatte] e O Triunfo de Netuno [Le Thriomphe de Neptune] (1927); Apolo, Líder das Musas [Apollon, Musaguété] (1928); O Filho Pródigo [Le Fils Prodigue] e O Baile [Le Bal] (1929).
Balanchine se divorciou de Tamara Geva e viveu com uma das mais belas bailarina dos Ballets Russes, Alexandra Danilova, cuja fotografia se encontra reproduzida (SHEAD, 1983). O relacionamento durou poucos anos; quando a companhia dos Ballets Russes encerrou suas atividades devido a morte de seu mentor, Sergei Diaghilev (1872-1929), Balanchine viveu período em Londres onde coreografou as Revistas de Cochane [Cochrane Revues]. Em seguida, o professor, bailarino e coreógrafo foi contratado como Maître de Ballet, convidado pelo Balé Real Dinamarquês [Royal Danish Ballet] (Copenhagen).
No começo da década de 1930, Balanchine passou curto período com o Balé do Teatro da Ópera de Paris [Ballet du Théâtre de l’Opera de Paris]. Quando seu contrato terminou o bailarino e coreógrafo foi exonerado, substituído por Léonid Massine (1894-1979). Quando a Companhia Teatral S. P. Diaghilev, promotora dos Ballets Russes encerrou suas atividades, Massine adquiriu cenários e figurinos de vários espetáculos completos, anteriormente encenados com sua coreografia (1929). Esse perfil tornou Massine coreógrafo muito interessante para o Balé do Teatro da Ópera de Paris, agora tendo como principal diretor o bailarino, derradeira estrela dos Balés Russos, Serge Lifar. Balanchine emigrou e organizou a Escola do Balé Americano [School of the American Ballet], inaugurada na cidade de Nova York (2 jan., 1934). Um dos patrocinadores foi Edward M. M. Warburg, e, no final do primeiro ano, os estudantes apresentaram na propriedade do patrono Serenata [Serenade]. No ano seguinte Balanchine organizou a sua primeira companhia, do dito, Balé Americano [American Ballet] (1935), que se apresentou no Metropolitan Opera House (Nova York, 1936). Balanchine coreografou Orfeu e Eurídice [Orfeo and Eurydice] e, no ano seguinte, promoveu outro programa com música de Igor Stravinsky (1882-1971). A companhia de Balanchine renomeada de Caravana do Balé Americano [American Ballet Caravan], se instalou em Hollywood (1938), quando realizou muitas turnês na América do Norte e Sul. Vera Zorina casou-se com Balanchine, com quem viveu alguns anos (1938-1946).
Balanchine foi contratado como bailarino e coreógrafo da nova companhia, Os Balés [Les Ballets] (Paris, 1933). Patrocinada pelo rico anglo-americano Edward James, na época casado com a patrocinadora dos Balés Russos, amicíssima de Diaghilev que ficou conhecida como Mísia Sert (Maria Zofia Olga Zenadja Godbeska). Um dos organizadores dessa companhia foi Bóris Kochno, entre os principais assessores de Diaghilev nos últimos anos de sua companhia. Foram encenados seis novos balés por Os Balés [Les Ballets], cujas produções foram as de estilo mais próximo dos verdadeiros Ballets Russes, nos quais sempre predominou o espírito do trabalho em equipe. As músicas para os novos balés foram compostas por Darius Milhaud (1892-1974), Henri Sauguet (Henri Poupard, 1901-1989) e Kurt Weill, entre outros. A companhia Les Ballets teve curtíssima vida, menos de um ano. Depois dos seis balés para os quais Balanchine criou obras-primas de coreografia, o russo foi persuadido por Lincoln Kirsten, patrocinador das turnês dos Ballets Russes de S. P. Diaghilev nos Estados Unidos, a viver nesse país.
Na década de 1930-1940 Balanchine realizou coreografias para vários espetáculos da Broadway, como os musicais de Richard Rodgers, Lorenz Hart e Vernon Duke. Na década de 1940, quando a Caravana do Balé Americano encerrou suas atividades, Balanchine passou dois anos como coreógrafo residente da companhia dos Balés Russos de Monte Carlo (1944-1946). Novamente com o generoso patrocínio de Lincoln Kirsten, Balanchine formou sua nova companhia americana, do Balé Sociedade [Ballet Society]. Depois de algumas apresentações bem sucedidas e outras nem tanto, o Centro de Música e Drama da Cidade de Nova York [New York City Center for Music and Drama], ofereceu suas instalações para sediar o novo Balé Sociedade (1948-). Essa companhia se transformou, pouco tempo depois, no Balé da Cidade de Nova York lNew York City Ballet]. E Balanchine se casou novamente, agora com Maria Tallchief (1946-1952). Em meados da década de 1950, Balanchine começou a tradição de apresentar todos os natais o balé O Quebra-Nozes (Tchaikowsky), na cidade de Nova York, transfomando-o em perene fonte de renda para todas as companhias que apresentaram anualmente o espetáculo (1954-).
No século XX Balanchine embutiu na sua moderna obra coreográfica os preceitos do balé clássico, base de sua inovadora obra, se transformando no mais influente coreógrafo de balé nos Estados Unidos. A sua primeira obra coreográfica que inaugurou anteriormente a parceria com Igor Stravinsky foi Apolo, Líder das Musas [Apollon Musaguéte], encenado com os Ballets Russes da Cia. Teatral S. P. Diaghilev (1929). Quando ambos, Balanchine e Stravinsky se encontraram vivendo nos Estados Unidos, deram sequência à sua bem sucedida parceria, produzindo balés como O Jogo de Cartas [The Card Game] (1937), entre outros, como Agon, que estreou com música de Stravinsky dançado por doze bailarinos do Balé da Cidade de Nova York lNew York City Ballet] (abr., 1957).
Balanchine se casou novamente, desta vez com Tanaquil LeClerq; depois de alguns anos de casamento (1952-1969), ele se divorciou, depois de se apaixonar loucamente pela bailarina americana Suzanne Farrell. Balanchine criou muitas coreografias para Farrell, incluindo Don Quixote, quando ele foi Don e ela Dulcinéia; e, para Diamantes [Diamonds], do balé Jóias [Jewels]. No entanto, Farrel se casou com o bailarino Paul Meja e o casal deixou a companhia (1970).
No primeiro ano em que foi instituído Balanchine recebeu o Prêmio de Honra do Centro Kennedy [Kennedy Center Honors Award] (1978). No final da vida Balanchine sofreu de doença rara que afetou seu equilíbrio, visão e audição: ele ficou incapacitado, e faleceu c. de um ano depois (abril, 1983). A Fundação George Balanchine [George Balanchine Foundation], baseada em Nova York, utiliza o legado do coreógrafo e dançarino para o desenvolvimento da dança nos Estados Unidos e no mundo. Esse objetivo é alcançado através de muitos programas e atividades, inclusive pesquisa concentrada para reconstrução de obras coreográficas, publicações, palestras, conferências e vídeos além de outros projetos inovadores.
161 West 81st Street. New York, NY, 10023. Disponível em:
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
INTERNET. George Balanchine. From Wikipedia, the free encyclopedia. 26 jan., 2009. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/George_Balanchine>Acesso em 02 de fev., 2009.
INTERNET. The George Balanchine Foundation. From Wikiipedia, the free encyclopedia. 24 set.
161 West 81st Street. New York, NY, 10023. Disponível em:
<http: //www.balanchine.org/balanchine/index.html>Acesso em 03 fev., 2009.
SHEAD, 1989, pp. 119-120, 125, 154, 161-163.
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