BLOG EDUCATIVO: ARTE AMERICANA DE VANGUARDA: HISTÓRIA, MOVIMENTOS, ARTISTAS E IMAGENS. Brasil-Estados Unidos-México- Argentina-Uruguai-Canadá. Autorretrato acima à direita de Jean-Louis David, com retratos de Napoleão, Marat e Madame Récamier. David foi professor e era primo de Jean-Baptiste Debret, pintor e gravador que veio ao Brasil com a Missão Francesa.
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Monday, September 10, 2012
1875-11874-1885-GRUPO (FRANCÊS) DO IMPRESSIONISMO (Paris, 1874- 1885).
GRUPO (FRANCÊS) DO IMPRESSIONISMO (Paris, 1874-1885).
O crítico de arte Louis Leroy cunhou o termo Impressionismo [Impressionnisme], a partir da obra Impressão: Sol Nascente [Impression Soleil Levant] (1872, óleo/ tela, 48 cm x 63 cm, no Museu Marmottan, Paris), de Claude Monet, que participou da primeira mostra do grupo juntamente com dois outros quadros do mesmo autor. Na época, essa palavra de cunho pejorativo nomeou o artigo Exposição dos Impressionistas, publicado no Charivari (Paris, 25 abril, 1874). Não foi essa primeira vez que o termo foi empregado para designar a nova maneira de pintar: Louis Dimuor encontrou nos seus estudos sobre Lembranças [Souvenirs], texto de Antonin Proust dedicado a Édouard Manet, publicado na La Révue Blanche [A Revista Branca](v.), a declaração do autor como tendo surgido o termo Impressionismo nas discussões anteriores do grupo (SERULLAZ, 1989).
A primeira mostra da Sociedade Anônima dos Artistas Pintores, Escultores e Gravadores [Société Anonyme des Artistes Peintres, Sculpteurs et Graveurs] Paris, 15 abril - 15 maio, 1874, ocorreu no estúdio do fotógrafo Nadar (Gaspar Félix Tournachon 1820-1910). Participaram 38 artistas: Antoine Ferdinand Attendu (1845-1908), Zacharie Astruc (1833-1907), Edmond Joseph Béliard (1832-1912), Félix Bracquemond (1833-1914), Jacques Emile Brandon (1831-1897), Gustave Caillebotte (1848-1894), Adolphe-Félix Cals (1810-1880), a norte-americana que vivia em Paris Mary Stevenson Cassat (1844-1926), Paul Cézanne (1839-1906), Fréderic Corday (1854-1911), Paul Gauguin (1848-1903), Jean-Baptiste Armand Guillaumin (1841-1927), Gaston Latouche (1854-1913), Albert Lebourg (1849-1928), Stanilas Lépine (1835-1892) do Grupo (Francês) de São Simeão (v.), Jean-Baptiste Léopold Levert, Emilien Mulot Derivage (1839-?), o fotógrafo Adolf de Meyer (1869-1949), o escultor Auguste-Louis-Marie Jenks Ottin (1811-1890), Ernest Rouart (1833-1912) e Victor Alfred Paul Vignon (1847-1909), além dos conhecidos Eugène Boudin (1824-1898), Edgard Degas (1834-1917), Claude Monet (1840-1926), Berthe Morisot (1841-1895), Camille Pissarro (1830-1903), Pierre Auguste Renoir (1841-1919), Alfred Sisley (1839-1899), Eugène Vidal (1850-1908); e os amigos italianos de Degas, Giuseppe de Nittis (1846-1884), e o que participou de quatro entre as oito mostras Impressionistas (1879, 1880, 1881, 1886), Federico Zandomeneghi (1841-1917). Participaram ainda obras de Bureau, Colin, Debras, De Moulins, Lepic, L. A. Ottin e Robert Vidal.
Participaram dezenove artistas da segunda mostra (1-30 abril, 1876): Edmond Joseph Béliard, Gustave Caillebotte, Adolphe-Félix Cals, Edgar Degas, François Desboutin, François Legros, Jean-Baptiste Léopold Levert, J-B. Millet (filho de Jean-François Millet), Claude Monet, Berthe Morisot, L. Ottin, Lucien Pissarro (filho de Camille Pissarro), Pierre Renoir, Ernest Rouart, Alfred Sisley e Charles Tillot, além de Beneau e Lepic. Os artistas receberam apoio da Galeria Durant-Ruel, que patrocinou a coletiva, e ofereceu individuais a Eugène Boudin, Claude Monet, Camille Pissarro e Alfred Sisley.
O francês Edgar Degas passou quatro anos na Itália; ele viveu com sua tia, a Condessa Laura Bellelli, residente em Florença; e com seu pai, residente em Nápoles. Degas conheceu, influenciou e foi influenciado por vários artistas das vanguardas italianas, especialmente pelos ditos, Manchistas. O artista francês tornou-se amigo de vários deles, e convidou-os a participarem das Mostras Impressionistas (Paris, 1874-1885). A pintura do Grupo (Florentino) dos Impressionistas Italianos (v.) foi a mais próxima da estética do Impressionismo na França.
Da terceira mostra (1-30 abril, 1877), realizada no espaço que o grupo alugou na rua de Le Peletier n. 6, participaram quinze artistas: Gustave Caillebotte, Adolphe-Félix Cals, Paul Cézanne, Fréderic Corday, Edgar Degas, Jacques François Lamy, Jean-Baptiste Léopold Levert, Alphonse Maureau, Claude Monet, Berthe Morisot, Ludovic Piette (1826-1877), Camille Pissarro, Pierre Auguste Renoir, Ernest Rouart e Alfred Sisley.
As três primeiras mostras Impressionistas foram completo fracasso de público e crítica; a primeira derrota forçou alguns artistas a participarem de leilão de pinturas no Hotel Drouot, com pouquíssimo sucesso (Paris, 24 mar.,1875). Na segunda mostra Impressionista (abril, 1876), surgiram críticas demolidoras como a publicada por A. Wolff no Le Figaro (03, abril). Surgiram algumas críticas favoráveis como a de Armand Sylvestre, Castagnary e Duranty, críticos que participaram das reuniões com Édouard Manet e amigos no Café Guerbois (Paris, 1866-1870).
Da IV mostra (1879), participaram dezesseis artistas, sendo esses Félix Bracquemond, Marie Bracquemond (1840-1916), Gustave Caillebotte, Adolphe-Félix Cals, Mary Cassat, Edgar Degas, Claude Monet, Jean-Louis Forain (1852-1931), com escultura Paul Gauguin, Albert Charles Lebourg (1849-1928), Piette, Camille Pissarro, Ernest Rouart, Henry Somm (François-Clément Sommier, 1844-1907), Charles Victor Tillot (1825-1877), e o italiano Federico Zandomeneghi.
Da quinta exposição (1880), participaram dezenove artistas: Félix Bracquemond, Marie Braquemond, Gustave Caillebotte, Mary Cassat, Edgar Degas, Jean-Louis Forain, Paul Gauguin, Armand Guillaumin, Albert Lebourg, Jean-Baptiste Léopold Levert, Berthe Morisot, Camille Pissarro, Jean-François Raffaëlli (1850-1924), Jean-Marius Raffaëlli, Ernest Rouart (1833-1912), Charles Tillot, Eugène Vidal, Victor Alfred Paul Vignon (1847-1909) e Federico Zandomeneghi. Desde essa exposição do Impressionismo Cézanne, Monet, Renoir e Sisley preferiram expôr suas pinturas somente no Salão Nacional de Belas Artes. Henri-Edmond Cross expôs obras Pontilhistas, pela primeira vez, no Salão de Outono (1881; v. Neo-Impressionismo). A VI Mostra Impressionista misturou obras dos artistas do movimento com as novas pinturas Pontilhistas, na época do grupo francês conhecido posteriormente como do Neo-Impressionismo (v.), que recebeu do crítico de arte inglês Roger Fry a denominação de Pós-Impressionismo (Londres, 1912; v.).
O sucesso dos Impressionistas começou depois da VI mostra (1881) da qual participaram obras de dez artistas: Mary Cassat, Edgar Degas, Jean-Louis Forain, Paul Gauguin, Armand Guillaumin, Berthe Morisot, Camille Pissarro, Jean-François Rafaëlli, Ernest Rouart e Charles Tillot. No final do ano Paul Durand-Ruel tornou-se marchand exclusivo de Eugène Boudin; ele foi o negociante de arte da norte-americana Mary Cassatt, que expôs suas pinturas intimistas nos dois continentes, Europa e América (v. Impressionismo Americano). Todos os Impressionistas apresentaram obras no Salão dos Artistas Franceses, mas os quadros de Paul Cézanne foram recusados até o momento que um retrato foi aceito (1882).
Participaram da VII Mostra (1º fev., 1883) duzentas e três obras de somente nove artistas: Caillebotte, Gauguin, Guillaumin, Monet, Morisot, Pissarro, Renoir, Sisley e Victor Vignon. Devido ao excelente resultado alcançado nessa exposição a Galeria Durand-Ruel organizou mostras individuais dos artistas mais destacados no grupo: Eugène Boudin, Claude Monet, Pierre Auguste Renoir, Camille Pissarro e Alfred Sisley.
Participaram da última mostra Impressionista, a VIII, que apresentou várias tendências, obras de quatorze artistas: Marie Bracquemond, Mary Cassat, Edgar Degas, Jean-Louis Forain, Paul Gauguin, Armand Guillaumin, Berthe Morisot, Camille Pissarro e seu filho Lucien Pissarro, Odilon Redon, Ernest Rouart, Georges Seurat, Paul Signac e Charles Tillot.
Décadas depois a mostra Impressionistas à Beira-Mar [Impressionists by the Sea] reuniu sessenta pinturas dos mais importantes Impressionistas, desde os precurssores – Jongkind, Whistler, Courbet, Manet – até obras de Eugène Boudin, Claude Monet, Mary Cassatt e Pierre-Auguste Renoir, entre outros. A exposição foi inaugurada na Academia Real de Artes [RA] (Londres, -30 set., 2007), itinerando a Coleção Phillips (Washington D.C., 20 out., 2007 – 13 jan., 2008) e ao Museu de Arte Wadsworth Atheneum (Hartford, CT, 9 fev. – 11 maio, 2008).
Reconhecido por seu acervo que abriga a Coleção Davies, com obras extraordinárias dos Impressionistas do final do século XIX e começo do XX adquiridas entre 1908-1923 pelas irmãs Gwendoline e Margaret Davies, expostas na mostra De Turner a Cézanne: Obras Primas da Coleção Davies, no Museu de Arte Columbia (Wales, 07 jun., 2009).
Durante décadas tratadas com ambivalência por parte da crítica artística devido a regras sociais estritas, participando de poucas mostras coletivas, somente no século XXI a obra de três mulheres Impressionistas, Berthe Morisot (1841-1895), Marie Bracquemond (1840-1926) e Mary Cassatt (1845-1926), foram reconhecidas por seus estilos inovadores e homenageadas com mostra coletiva na Legião de Honra (San Francisco, CA, 21 jun.- 21set., 2008).
V.: Escola de São Simeão; v. Grupo(s) Americano(s) do Impressionismo (Paris, Nova York, Colônias americanas, c. 1883-1933); v. Grupo Britânico do Impressionismo da Escola de Newlyn (Cidades costeiras de Newlyn e St. Ives, UK, c. 1880-); v. Grupo (Britânico) do Impressionismo Londrino ou Grupo (Britânico) do Novo Clube da Arte Inglesa (Londres, 1886-1889); v. Grupos (Italianos) do Impressionismo; Grupo (Russo) do Impressionismo (São Petersburgo, 1908-); v. Neo-Impressionismo ou Pós-Impressionismo; v. Grupo (Belga) do Neo-Impressionismo ou Pós-Impressionismo (Internacional) ou o Grupo (Belga) da Sociedade (Internacional) dos XX (Bruxelas, Bélgica, 1884-1893).
REFERÊNCIAS:
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