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Monday, April 30, 2012

BIOGRAFIA: POE, Edgar Allan (1809-1849).


Escritor das vanguardas norte-americanas, no século XIX ele foi bastante admirado pelo grupo de artistas e escritores amigos de Édouard Manet, que se reuniam no Café Guerbois (Paris). Deste grupo de intelectuais e artistas participavam os influentes escritores Émile Zola e Charles Baudelaire, Jules Laforgue (1860-1887), e o editor Thadée Natanson, além de vários jornalistas e editores do Simbolismo francês e belga.

Na sua época Poe inovou a poesia e criou novo gênero literário em prosa, anterior ao Simbolismo, que perpassou o imaginário do século XIX. Na época fizeram sucesso os romances da literatura inglesa de terror de Mary Wollstonecraft Shelley, a mesma que criou o mito inesquecível de Frankenstein. O clima tenebroso dos romances de Shelley preparou o terreno para a celebração da gloriosa decadência do Simbolismo europeu nas artes plásticas, destacando as obras marcantes de Fussli, Ferdinand Knopff, Casper David Friedrich e Mikhail Vrubel, entre outros pintores de várias nacionalidades. Os artistas retrataram em imagens fortes o universo mórbido dos romances de Poe como O Poço e o Pêndulo [The Pit and The Pendulum]; A queda da Casa de Usher [The Fall of the House of Usher]; A Máscara da Morte Vermelha [The Masque of Red Death], livro ilustrado pelo artista americano Charles Demuth, que também ilustrou Nana, de Émile Zola.

Outros livros publicados de Poe foram O Escaravelho de Ouro [The Gold Bug]; Os Assassinatos da Rua Morgue [The Murders of Rue Morgue], magistralmente ilustrado por Alberto Martini, artista gráfico Simbolista italiano; e O Mistério de Marie Roger [The mistery of Marie Roger]; O Corvo [The Raven]; Os Sinos [The Bells], entre outros, que tornaram o nome de Poe para sempre o verdadeiro símbolo da literatura fantástica de horror.

Na vida pessoal, Poe buscou os falsos paraísos da droga e do álcool, que levaram-no à morte prematura. A obra de Poe continuou muito admirada no século XX, especialmente pelo grupo dos escritores e artistas Surrealistas, que reuniam-se em torno da liderança de André Breton (Paris, 1924-1966). Músicos de várias nacionalidades também homenageram o escritor, como Claude Debussy, que deixou inacabada a ópera A queda da Casa de Usher [La chute de la maison Usher]; Sergei Rachmaninov (v. biografia), que compôs Os Sinos [The Bells] (Opus 35), poema para orquestra, côro e solistas sobre texto de Edgar Alan Poe (jan.-abril, 1913), que o maestro apresentou em primeira audição com a orquestra sob sua regência (São Petersburgo, 30 nov., 1913); e que ele apresentou no Concerto da Sociedade Filarmônica (Moscou, 8 fev., 1914). A música posteriormente foi apresentada com a orquestra sob a regência de Sir Henry Wood (Liverpool, 15 março, 1921), que  regeu a obra no Festival de Sheffield; e, na versão revisada, o mesmo maestro regeu a Orquestra da BBC (Londres, fev., 1937). O retrato de Edgar Allan Poe encontra-se reproduzido (CASSOU, 1988).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

ENCICLOPÉDIA. CASSOU, J.; BRUNEL, P.; CLAUDON, F; PILLEMONT, G.; RICHARD, L. (Col.). Petite Encyclopedie du Symbolisme: Peinture, Gravure et Sculpture, Littérature, Musique. Paris: Somogy, 1988, pp. 201-202.

ENCICLOPÉDIA.JACKSON, W. Enciclopédia Prática Jackson, vol. 9. Rio de Janeiro - São Paulo - Porto Alegre - Recife: Editora Jackson, 1956, pp. 196-197. 

DICIONÁRIO. THOMPSON, K. A Dictionary of Twentieth-Century Composers1911-1971. London: Farber & Farber, 1973. 666p. 16,5 x24,5 cm, pp. 97, 414.

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