HISTÓRIA DAS VANGUARDAS AMERICANAS. DOVE, Arthur Garfield (1880-1946).
O artista nasceu em Canandagua, no Estado de Nova York e morreu em Centerport. O pai de Dove foi próspero empreiteiro, que à princípio, incentivou o futuro artista na sua vocação. Dove estudou Universidade de Hobart e Cornell: depois que o filho optou pela carreira artística, associando-se as vanguardas nova-iorquinas, seu pai não quis saber de ajudá-lo e o artista empobreceu. Dove viveu no barco Mona, acompanhado da pintora Helen Torr. Dove sobreviveu executando ilustrações para publicações como o Saturday Evening Post, entre outras. Dove se associou ao Grupo (Americano) dos Oito (v.), que ficou mais conhecido pela nomenclatura recebida posteriormente da crítica de arte, a dita, a Escola da Lata de Lixo [The Ashcan School].
Esse grupo teve as raízes de sua formação calcada na influencia do professor das vanguardas nova-iorquinas, Robert Henri (1865-1929). Henri viveu certo tempo em Paris e, quando retornou à América, fundou a Escola de Arte de Nova York, voltada para a influencia das vanguardas francesas que ele apresentou aos artistas através do ensino e das viagens que organizou para os artistas norte-americanos estudarem em Paris. Dove permaneceu 18 meses na Europa, vivendo em Cagnes (França, 1907-1908): depois o artista voltou a viver em Nova York. As suas pinturas receberam variadas influencias das vanguardas européias, do Cubismo e do Orfismo, além da Abstração do russo Wassily Kandinsky, que vivia em Munique.
Dove encontrou apoio na Galeria 291 de Alfred Stieglitz, onde ele expôs pinturas sobre tela além de desenhos abstratos na técnica de pastel, obras precursoras do Abstracionismo norte-americano (fev., 1912). Dove continuou a evoluir na sua arte vanguardista e produziu a série de obras na técnica de Colagem de inspiração Cubista, mas refletindo as influencias das raízes folclóricas norte-americanas e da pintura decorativa trompe l'oeil cubista. Essas colagens originais foram calcadas no estilo associado às vanguardas Dadaístas, executadas com delicados materiais naturais, areia, conchas, folhagens e vegetais. Nos anos 1930 Dove continuou pintando abstrações; mas suas obras finais, como Long Island (1940); Parábola (1943) e Pleno meio-dia (1944) foram bem sombrias. O artista, embora pouco conhecido no Brasil, possui obra significativa, Clamor (1942, óleo/ tela, 50,8 cm x 171,3 cm), no acervo do MAC-USP (Cidade Universitária, São Paulo). Uma das obras de Dove se encontra reproduzida (BUTOR, 1992).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
BUTOR, M.; MARTIN, J.; MASSU, C.; NICHOLS, S., PARIGORIS, A.; RIOUT, D.; TRAVIS, D. BUTOR, M (Pref.). L'Art des États-Unis. Traduction de Christiane Thiollier et Dominique Ferrault. Paris: Citadelles et Mazenod, 1992. 637p: il., color., p. 106.
CATÁLOGO. BARBOSA, A. M. Catálogo Geral de Obras 1963-1993. São Paulo: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Fundação Bienal, 1993, p. 172.
CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., p. 468.
DICIONÁRIO. CHILVERS, I. The Concise Oxford Dictionary of Art and Artists. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1990. 517p., p. 134. (Oxford reference).
TOBLER, J. DYER, B.; GREENE, D: GREENBERG, A.; HARRISON, H.; MILLS, S.; GOODVE, T. N. The American Art Book. London: Jay Tobler. Phaidon Press, 1999, p. 124.
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