HISTÓRIA DAS VANGUARDAS AMERICANAS. BIOGRAFIA: DAVIS, Stuart (1894-1964).
O artista norte-americano nasceu na Filadélfia e participou do chamado Grupo dos Oito (Nova York, 1908), organizado por seu professor Robert Henri (1865-1929), principal promotor da primeira mostra das vanguardas norte-americanas na Galeria MacBeth (Nova York, 1908).
As pinturas de Davis participaram da Exposição da Armada [Armory Show], realizado no 6th Regiment Armory (Nova York, 1913; v. abaixo). De família abastada, Davis foi filho de proprietário de jornais da Fialdélfia e ajudou na introdução das pinturas das vanguardas francesas nos Estados Unidos. O artista expôs em mostra conjunta com o pintor Construtivista uruguaio Joaquín Torres-Garcia no Clube Studio Whitney (Nova York, 1924), que se transformou no Museu Whitney de Arte Americana [Whitney Museum of American Art]. Davis expôs suas obras em mostra individual, realizada na Galeria Downtown (Nova York, 1925). Na mesma época Davis visitou a mostra individual de Fernand Léger, realizada na Galeria Anderson, quando ele ficou encantado com a pintura de Léger. Davis viajou para Paris (1928-1929), tendo sido levado por Elliot Paul ao estudio de Léger (set., 1928). O artista francês e Davis ficaram muito amigos e anos depois Davis se transformou em um dos patrocinadores da viagem de Léger que expôs em inúmeras mostras itinerantes nos Estados Unidos, ajudando muito a este artista das vanguardas francesas.
Davis criou decorações, ilustrações e capas de revistas, especialmente para a publicação de cunho socialista conhecida como Massas [Masses] (v., abaixo). Durante um ano Davis explorou um de seus temas prediletos: na série de pinturas que o artista pintou exaustivamente, ele reproduziu batedor manual de ovos, ventilador de pás e par de luvas de borracha, dispostos sobre mesa comum de cozinha como se fossem formas Abstratas (1927-1928). Essas obras de Davis, anteciparam os temas simplificados da Arte Pop [Arte Popular ou Massiva] norte-americana, das decadas de 1960-1980. Na década de 1930 receberam de Art Young, jornalista da Massas, a alcunha pejorativa de Escola da Lata de Lixo [Ash Can School].
Davis editou e publicou a revista Art Front [Front da Arte] e nessa, a tradução de Harold Rosemberg da palestra proferida por Fernand Léger nos Estados Unidos intitulada O Novo Realismo (The New Realism, Nova York, 1935).
Davis viajou para o Novo México (1923) e depois passou prolongada temporada em Paris (1928-1929). Davis participou do grupo que representou uma das primeiras vanguardas norte-americanas, cuja maioria dos artistas viveu período em Paris, quando alguns, como ele, foram alunos de Léger. O artista voltou à America quando pintou obras complexas, dentro da estética Cubista, introduzindo nelas letras, sugestões de símbolos gráficos de anúncios de jornais e revistas, além das imagens de cachimbo(s), temas tipicamente Cubistas como na pintura Paisagem Dançante (Swing Landscape, 1938), nas quais Davis pintou fragmentos urbanos. O Cubismo de Davis foi norte-americano, diferenciado do francês: através de suas obras de temática moderna, o artista norte-americano antecipou os temas das vanguardas Pop (v. biografia de Andy Warhol). A pintura de Davis, Síntaxe de Switch sky (Switchsky's Synthax, 1961-1964, 106,7 x 142,2, coleção Stuart Davis), se encontra reproduzida (LUCIE-SMITH, 1977: 194).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
BRITT, D.; MACKINTOSH, A.; NASH, J. M.; ADES, D.; EVERITT, A; WILSON, S.; LIVINSGSTONE, M. Modern Art: from Impressionism to Post-Modernism. London: Thames and Hudson, 1989, 416p.: il., p.256.
CATÁLOGO. LANCHNER,C.; HAUPTMANN, J.; AFFRON, M. Fernand Léger. New York: MoMA, Harry N. Abrams, 1998, pp. 30, 31, 32, 39.
DICIONÁRIO. CHILVERS, I. The Concise Oxford Dictionary of Art and Artists. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1990. 517p., p. 122. (Oxford reference).
LUCIE-SMITH, E. Art Today. Oxford: Phaidon Press, 1977. 21,5 x 26,5 cm. 417p.: il., retrs.,pp. 194, 487-488.
TOBLER, J. DYER, B.; GREENE, D: GREENBERG, A.; HARRISON, H.; MILLS, S.; GOODVE, T. N. The American Art Book. London: Jay Tobler. Phaidon Press, 1999, p. 109.
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