BIOGRAFIA: SHAW, Charles Green (1892-1974).
O artista, escritor e um dos primeiros Abstracionistas norte-americanos nasceu em Nova York: ele se formou na Universidade de Yale, onde foi colega de classe e amigo de Cole Porter. Na década de 1920, Shaw flanou pela cidade; ele publicou o romance Coração no Furação [Heart in a Hurricane], uma peça de teatro encenada na Broadway e um livro de perfis de pessoas famosas com as quais ele conviveu como Francis Scott Fitzgerald, Anita Loos, Sinclair Lewis, e seu amigo Cole Porter, entre outras. O artista também escreveu colunas sociais e notas para as revistas The NewYorker, Vanity Fair e outras.
Shaw começou estudando pintura na Liga dos Estudantes de Arte, (Art Student's League, Nova York, 1926-). Depois de três viagens a Paris, Shaw se tornou artista confiante e passou à produzir pequenas Abstrações, muito bem compostas, algumas influenciadas pelo Cubismo. Os estilos dessas obras variaram, passearam pelo Cubismo Sintético, pela Abstração biomorfa influenciada pela de Hans (Jean) Arp, artista com quem ele conviveu na Europa, Surrealismo, e no estilo próximo do rigor geométrico do grupo holandês De Stijl [De Estilo], liderado por Piet Mondrian.
As obras de Shaw participaram do primeiro grupo dos Abstracionistas norte-americanos, da associação de artistas AAA – Artistas Abstracionistas Americanos [American Abstract Artists]. Na época a Abstração era encarada como a Anti-Arte norte americana e depois, na década de 1950, foi engolida pelo sucesso do grupo dos Expressionismo Abstrato. A primeira mostra individual das obras abstracionistas de Shaw foi na Galeria Valentine (Nova York, 1932). Nessa década o artista ficou próximo do colecionador e pintor A. E. Gallatin, do crítico de arte e pintor, George K. L. Morris, entre outros. Esses artistas, que usufruiram de elevado meio social, foram frequentemente chamados, de forma pejorativa, de Cubistas da Avenida Park [Park Avenue Cubists], local onde vivem, até hoje, elites nova-iorquinas.
Shaw viveu sempre em Nova York e participou da mostra dos AAA – Artistas Abstracionistas Americanos (Nova York, 1937). Nessa fase Shaw se expressou com obras como Polygon no. 34 [Polígono n. 34], com formas biomorfas influenciadas por H. Arp, pequeno painel com alguns relevos em madeira pintada. Na década de 1940 Shaw realizou colagens e Assemblages dispostas no interior de caixas, usando cartas de Tarot, dados e outros objetos pequenos. Nesta década o artista escreveu poesias e livro para crianças, que está sendo re-editado, Parece Leite Derramado (It Looked Like Spilt Milk, Nova York, 1947).
Na década de 1950 as pinturas de Shaw ficaram maiores e ele exibiu-as regularmente na Galeria Bertha Shaeffer. Entre os anos de 1975 e 1997, a Galeria Washburn (Nova York), realizou 9 mostras póstumas da obra de Charles G. Shaw. Outras Mostras Retrospectivas focaram nas obras da década 1930-1940, realizada na Galeria Michael Rosenfeld (dez., 2007), bem como a mostra Manhattan Moderna: a Vida e Obra de Charles Green Shaw [Manhattan Modern: the Life and Work of Charles Green Shaw] realizada nos Arquivos da Arte Americana (Archives of American Art, Nova York, dez, 2007- fev., 2008).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
ARTIGO. SMITH, R. A Cosmopolitan Cubist, with a Wandering Eye. New York: The New York Times, 20 dec., 2007.
SEUPHOR, M.: RAGON, M.: PLEYNET, M. L'Art Abstrait. Paris: Maeght, 1949. 1971-1988, 05 v.: il. , p.263.
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