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Saturday, July 4, 2015

BIOGRAFIA: ALCÂNTARA MACHADO; Antonio Castillo de Alcântara Machado d’ Oliveira (1901-1935).

BIOGRAFIA: ALCÂNTARA MACHADO; Antonio Castillo de Alcântara Machado d’ Oliveira (1901-1935). O homem de letras nasceu e faleceu em São Paulo; ele estudou no Colégio Sttaford e no Ginásio São Bento, antes de formar-se em Direito na Faculdade do Largo de São Francisco (USP). O nome de Antônio Castillo de Alcântara Machado d’Oliveira foi associado aos artistas e escritores modernistas, participantes da Semana de Arte Moderna, a dita, Semana de 22 (São Paulo, 1922). Alcântara Machado, legítimo representante das tradicionais e abastadas famílias paulistas, não participou do grupo que patrocinou o evento: ele, no entanto, compareceu ao Theatro Municipal como uma das vozes discordantes entre inúmeras outras. Alcântara Machado tornou-se um modernista tardio, pois, mais tarde, associou-se ao grupo modernista (1925), bem como se tornou amigo de Oswald de Andrade (1890-1954), autor do prefácio de seu primeiro livro, a coletânea de contos Pathé Baby (1926). Machado publicou outros contos no livro Brás, Bexiga e Barra Funda (1927), nomes de bairros tradicionais da capital paulista. O autor mergulhou no dia a dia dessa região ocupada pela imigração italiana, e, no ano seguinte, publicou Laranja da China (1928). Estes foram os anos em que Alcântara Machado editou o famoso quinzenário, Terra Roxa e outras Terras (1926); ele participou da fundação da Revista Nova e da Revista de Antropofagia (1926-1929), que publicou o Manifesto Antropofágico, de autoria de Oswald de Andrade. Os mais conhecidos autores do modernismo paulista marcaram constante presença na última publicação: Sergio Milliet (1898-1966) foi o secretário da redação e a Revista de Antropofagia publicou a entrevista de Milliet com o poeta suíço Blaise Cendrars (Fréderic Sausser, 1887-1962), influente na cultura brasileira que absorveu sua poesia moderna, sucinta e telegráfica, influente tanto na poesia de Oswald de Andrade bem como na prosa de Alcântara Machado. Esse foi além: sua prosa incorporou vários dos novos elementos modernos, com a utilização de recursos tipográficos ao modo dos Futuristas italianos, utilizando o grifo, as letras maiúsculas e a pontuação criativa, em recursos visuais que ele incorporou à sua linguagem. Alcântara Machado tornou-se ainda mais moderno, em virtude da construção do tema abordado: seus tipos humanos sobressaíram na descrição dos intensos dramas vividos por seus personagens, que ultrapassam dimensão limitada de uma vida para atingir a extensão da dimensão universal, com a qual todos os seres humanos podem se identificar. Por ocasião da falência que atingiu Oswald de Andrade, Alcântara Machado participou do grupo que rompeu com o escritor (1929); depois dessa fase ele ficou bem mais ligado à Mário de Andrade (1888-1945). Com a chegada da década de 1930 e a fase da Revolução Constitucionalista (1932), Alcântara Machado participou da cobertura jornalística e radiofônica do evento. Quando iniciou sua carreira política o escritor assumiu a direção da empresa pertencente ao grupo dos Diários Associados. Alcântara Machado foi eleito Deputado Federal: ele participou da bancada paulista na Assembléia Nacional Constituinte, na capital do país (Rio de Janeiro). Outras obras de Alcântara Machado foram: Anchieta na Capitânia de São Vicente (1928); Comemoração de Brasilio Machado (1929); o prefácio para Cartas, Informações, Fragmentos Históricos e Sermões de Anchieta (1933). O escritor faleceu jovem, aos 34 anos de idade (peritonite); foram publicados postumamente seu romance Mana Maria e a coletânea de artigos Cavaquinho e Saxofone. REFERÊNCIAS SELECIONADAS: TRIGO, L. Um modernista tardio. Rio de Janeiro: suplemento Prosa e Verso O Globo, 28 setembro, 2002, p. 06.

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