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Friday, October 12, 2012



HISTÓRIA DAS VANGUARDAS AMERICANAS. BIOGRAFIA: RUSSELL, Morgan (1886-1953). 
 

O artista americano nasceu em Nova York e morreu em Broomall; o pintor, pertenceu ao grupo das primeiras vanguardas norte-americanas, representado pelos alunos de Robert Henri, que tornou-se seu professor (1900-1906). Obras de Russell não participaram da primeira mostra do grupo que lutou contra o academicismo nas artes norte-americanas, que Henri organizou na Galeria Macbeth (Nova York, 1908). Depois dessa exposição que suscitou profunda discussão na imprensa da época, R. Henri inaugurou a Escola de Nova York, que formou a primeira geração das vanguardas norte-americanas com os destacados membros George Wesley Bellows (1882-1925), Patrick Henry Bruce (1881-1937), Glen Coleman (1887-1932), Stuart Davis (1894-1964), Eugene Higgins (1874-1958), Stanton MacDonald-Wright (1890-1973), Jerome Myers (1867-1940), John Sloan (1871-1951) e William Zorach (1889-1966), entre outros.
 

Como era costume na época Russell viajou para estudar arte em Paris, cidade que oferecia atmosfera mais liberal, onde o artista teve a oportunidade de visitar a pioneira mostra dos artistas plásticos Futuristas italianos, que inauguraram sua primeira mostra parisiense na Galeria Bernheim-Jeune (1912). Na época, Russell estudou pintura na classe de Henri Matisse (1869-1954) e tornou-se amigo de Leo Stein, grande colecionador de arte e patrono das vanguardas francesas juntamente com sua irmã, a escritora norte-americana Gertrude Stein. Todos os citados tornaram-se grandes admiradores da arte de Paul Cézanne, recentemente falecido (1906).

Depois de conhecer o trabalho dos Futuristas italianos, Russell, aliado ao seu amigo e antigo colega, o pintor Stanton MacDonald-Wright (1890-1973) que estudava arte em Paris, lançaram juntos o movimento do Sincromismo, que apresentava vários pontos em comum com o Orfismo de Robert Delaunay, lançado um ano antes. A dupla de artistas americanos produziu pinturas Abstratas, com a influência das cores vibrantes das obras dos Futuristas italianos. Russell buscou reproduzir na sua arte pictórica a mesma exaltação emocional produzida por uma das correntes vanguardistas marcantes desta época, que pintava sob a inspiração da música de grandes compositores, movimento que permaneceu ativo durante certo período (Paris). Morgan Russel produziu Abstrações coloridíssimas para o Sincromismo, obras cuja estética foi extremamente avançada para a época (1912-1914).

Obras de Russell participaram do Salão dos Artistas Independentes (Paris, 1912; 1913); o artista expôs na mostra conjunta com Stanton MacDonald-Wright, dita, Sincromista [Synchromiste], na Galeria Bernheim-Jeune (Paris, 1913); e, juntamente com obras de Stanton MacDonald-Wright, Russell mostrou suas pinturas na dita, 1a Mostra Sincromista (Munique, 1913); e a dupla expôs na mostra na Galeria em Munique; e na coletiva denominada Salão de Outono alemão, na Galeria da Tempestade [Der Sturm], de Herward Walden. Participaram desse salão obras do Grupo (Alemão) do Cavaleiro Azul, liderado por Wassily Kandinsky (1866-1944), do Grupo (Suíço) da Federação Moderna e desse Grupo (Americano) do Sincromismo Internacional (Berlim, 1913).

Obras de M. Russell e de MacDonald-Wright participaram da Exposição da Armada (Armory Show, Nova York, 1913; v.), a primeira mostra das vanguardas internacionais na América. A importante mostra coletiva internacional foi organizada com a curadoria de Arthur Garfield Dove, que trouxe da Europa c. 300 obras dos artistas plásticos que se destacaram nas vanguardas européias.

Russell expôs, juntamente com Stanton MacDonald-Wright na Exibição Forum (Forum Exibition, 1916), mostra coletiva organizada com a curadoria do fotógrafo norte-americano Alfred Stieglitz, proprietário da única galeria de arte nova-iorquina que abriu espaço para exposições das obras dos artistas vanguardistas europeus e americanos: a Galeria 291. Russel e MacDonald-Wright expuseram suas obras no mesmo ano em que a galeria fechou as portas (Nova York, 1917).

Depois desse prolongado período em que Morgan Russell e MacDonald-Wright pintaram obras completamente Abstratas, Russell voltou à pintar de forma Figurativa. O artista continuou vivendo na França, enquanto que S. MacDonald Wright voltou a viver na América. Morgan Russell isolou-se socialmente, vivendo afastado na região da Provence. Décadas depois, o artista foi convidado para a mostra retrospectiva de suas obras Abstratas na Galeria Rose Fried (Nova York, 1950). No ano seguinte obras de Russell e de MacDonald-Wright participaram da coletiva Pintura Abstrata e Expressionismo na América [Abstract painting and Expressionism in America], organizada no MoMA (Nova York, 1951). Morgan Russell voltou à pintar suas obras Abstratas, inspiradas na sua primeira fase vanguardista.

Russell foi artista extremamente talentoso, produziu pinturas de Abstração Lírica com belas cores, que lembram as primeiras obras de Franz Marc e Wassily Kandinsky, artistas plásticos e principais expoentes do grupo do Expressionismo Alemão do Cavaleiro Azul (Munique - Berlim, 1911-1913), cujas pinturas participaram igualmente do Salão de Outono alemão (Berlim, 1913). As cores das obras de Russell oferecem belos contrastes: o artista utilizou, como F. Marc e W. Kandinsky, muitos tons de azul e de amarelo luminoso, produzindo pinturas harmoniosas, igualmente influenciadas pelo Orfismo (Paris, 1910-1914). As Abstrações de M. Russell, no entanto, encontram-se impregnadas com a forte personalidade do artista que produziu, junto com Stanton MacDonald-Wright, as primeiras Abstrações da arte norte-americana. Sua obra foi precurssora e abriu caminho, décadas depois, para a explosão das vanguardas do Expressionismo Abstrato (1940-), que se transformou no mais importante movimento das vanguardas norte-americanas na primeira metade do século XX. A obra A Vida da matéria (Paris, 1925,) de Morgan Russell, se encontra reproduzida (SEUPHOR, 1957).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., p. 558.
 
DICIONÁRIO. SEUPHOR, M. Dictionaire de la peinture abstraite: precédé d´une histoire de la peinture. Paris: Fernand Hazam, 1957. 305p.: il., pp. 24, 225.
 
TOBLER, J. DYER, B.; GREENE, D: GREENBERG, A.; HARRISON, H.; MILLS, S.; GOODVE, T. N. The American Art Book. London: Jay Tobler. Phaidon Press, 1999, p. 384.

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