HISTÓRIA DAS VANGUARDAS AMERICANAS. BIOGRAFIA: BELLOWS, George Wesley (1882-1925).
Belows foi artista multimídia, desenhista, pintor e gravador americano: ele nasceu em Columbus (Ohio) e estudou na Universidade Estadual de Ohio (1904). Bellows foi viver em Nova York, onde se tornou um dos alunos da primeira escola das vanguardas norte-americanas, a Escola de Arte de Nova York [New York School of Art ], organizada pelo professor Robert Henri. O grupo que se formou a partir da única mostra conjunta realizada na Galeria (Nova York, 1908).Desde o começo da década de 1930 esse que ficou conhecido como o grupo da Escola de Nova York, também recebeu da crítica de arte norte-americana o nome pejorativo de Escola da Lata de Lixo [Ashcan School]. Os oito participantes da exposição, Arthur Bowen Davies (1862-1928) William Glackens (1870-1938), Edward Hopper (1882-1967), Ernest Lawsen (1873-1939), George Luks (1867-1933), Maurice Prendergast (1891-1953), Everett Shinn (1876-1952), John Sloan (1871-1951), e o próprio Robert Henri (1865-1929), representaram o primeiro grupo engajado na luta contra o conservadorismo que imperava no meio artístico norte-americano, dominado pelo Academicismo.
Bellows foi esportista e atleta; uma das temáticas de suas pinturas na juventude foi a de cenas de lutas de boxe, um dos esportes que ele pintou no estilo baseado no Realismo francês. Algumas de suas obras participaram da Exposição da Armada (Armory Show, Nova York, 1913). Bellows participou com Arthur Garfield Dove da organização da primeira mostra que reuniu as vanguardas norte-americanas às internacionais. Depois de se tornar artista reconhecido Bellows transformou-se no bem sucedido retratista da sociedade norte-americana; ele ensinou na escola formadora das primeiras vanguardas, a Liga dos Estudantes de Arte (Art Students League, 1909-).
A medida que suas pinturas participaram de mostras com júri, a fama de Bellows cresceu: ele manteve sempre seu próprio estúdio (New York, 1906-). Bellows abraçou como temática principal a cidade de Nova York e pintou o caos da emergente classe trabalhadora e vizinhança, satirizando a dita, alta sociedade. Alguns críticos reclamaram da crueza de sua pintura, mas outros acharam a temática audaciosa, um passo adiante da obra de seu professor, R. Henri. Durante alguns anos o tema de Bellows foi a cidade no inverno, sob a nevasca (1907-1915). Nessas pinturas Bellows experimentou texturas visuais, além de realizar intenso estudo da luz, contrastando o branco azulado da neve com eventos sociais.
Bellows se associou como ilustrador e cartunista à equipe do jornal Masses [Massas], criado por grupo de radicais, que receberam o nome de Esquerda Lírica [Lyrical Left]. Bellows foi o cartunista ideal: estimulado a se transformar em gravador por Albert Sterner, marido de Marie Sterner, sua marchand, Bellows estabeleceu no seu estúdio na rua Dezenove oficina litográfica completa, usando como técnico o litógrafo conhecido de Sterner, George C. Miller. Posteriormente, quando Miller foi convocado, substituiu-o Edward Krause (1918-); e, mais tarde pelo master printer Bolton Coit Brown. Todos executaram trabalhos para outros artistas conhecidos das iniciantes vanguardas norte-americanas como Boardman Robinson, Arthur Bowen Davies, Rockwell Kent, Stow Wengenroth, Yasuo Kuniyoshi, Adolph Dehn, Peggy Bacon, Thomas Hart Benton e Grant Wood.
As ilustrações de Bellows se sobrepunham à política esquerdista da publicação, que reuniu equipe perfeitamente integrada com Floyd Dell, Max Eastman, Stuart Davis, John Sloan e sua esposa, Dolly Sloan, George Bellows, Art Young, Glen Coleman, H. Glinterkamp e M. Beecker. Eastman dirigiu a publicação depois do segundo ano até o final (1912-1917): na época, se desligaram do The Masses, Sloan e sua esposa, Coleman e Glinterkamp.
Através de suas ilustrações Bellows apoiou a política norte-americana de intervenção na I Guerra Mundial e criticou o nazisno na série de litografias e pinturas com temática de guerra. Foram contundentes as imagens que Bellows produziu, destacando as atrocidades nazistas cometidas por ocasião da invasão da Bélgica, entre essas a conhecida A Chegada Alemã [The German Arrive]. Bellows também foi crítico ácido da censura doméstica e persecutória aos críticos da intervenção norte-americana durante a guerra européia, exercida por membros do governo através do dito, Ato de Espionagem. No desenho de teor social as simpatias de Bellows se voltaram para os deserdados da sorte, crianças pobres, prisioneiros e negros perseguidos, conforme o artista expressou em ilustrações como Esbofetearam-me na face [I was beaten in the face], protesto contra a intolerância religiosa e racial publicada no Harper´s Weekly (Nova York, 11 abr., 1914). Ainda com a mesmo temática, A Rua [The Street], publicada no Masses (jul., 1917); A Eletrocução [The Electrocution], protesto contra a pena de morte (1917), ou A lei é muito lenta [The Law is too slow] publicada no Century (maio, 1923). Bellows ilustrou várias outras revistas; seus desenhos e ilustrações podem ser encontrados no acervo do Departmento de Gravura da Biblioteca de Boston; e na Biblioteca Robert Frost (Amherst College, Massachussetts, folder 4, p. 2). Várias ilustrações de Bellows foram reproduzidas na Print Review, revista do Centro de Artes Gráficas Pratts [Pratts Graphic Center], do Instituto Pratt (Nova York, 1979). Essa revista dedicou extenso artigo à original obra gráfica de Bellows (exemplar consultado na biblioteca da Estação Pinacoteca de São Paulo).
A obra pictórica de Bellows de sua última fase mostrou a constante evolução de sua arte, na transposição teórica da cor do desenho programado, distante da estética crua, menos rigorosa e estudada de suas primeiras obras pictóricas. Belllows retratou suas filhas e esposa, bem como a calma vida doméstica e familiar. Bellows se destacou na arte americana por sua significativa contribuição às técnicas de litografia, ajudando a expandir e divulgar essa técnica nas Artes Gáficas norte-americanas. A pintura de Bellows, Ambos Membros desse Clube (Both Members of This Club, 1909, óleo/ tela, 115 x 160, 5), pertence ao acervo da Galeria Nacional de Arte (Washinghton, DC).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
ARTIGO. CHARLENE, E. The Realists Eye: The Illustrations and Litographs of George Wesley Bellows. Apud Print Review. New York: Pratt Graphics Center, 1979, n. 10, pp. 70-86.
DICIONÁRIO. CHILVERS, I. The Concise Oxford Dictionary of Art and Artists. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1990. 517p., pp. 64-65. (Oxford reference).
FITZGERALD, R. Art & Politics. Westport, Connecticut: 1973, p. 13.
INTERNET. George Bellows. From Wikipedia, the free encyclopedia. 02 jan., 2009. Disponível em:http://en.wikipedia.org/wiki/ George_Bellows
Acesso: 3 fev., 2009.
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