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Tuesday, January 15, 2013


 
HISTÓRIA DAS VANGUARDAS AMERICANAS.
O'KEEFFE, Georgia Totto(1887-1996).
 
 
A artista norte-americana foi uma das principais precursoras do modernismo. Seu pai foi o irlandês Francis Calistus O’Keeffe e sua mãe, de origem húngara, foi filha de Giorgio Totto, de quem Georgia recebeu o nome. Quando O´Keeffe tinha 14 anos de idade a família mudou-se para Williamsburg, onde a  artista estudou na Escola Episcopal Protestante Chatham (Virgínia). Mais tarde, O'Keeffe foi aluna de John Vanderpoel no Instituto de Artes (Chicago).
 
O’Keeffe foi viver em Nova York, e, durante 10 anos consecutivos ela sustentou-se desenhando ilustrações comerciais; ela se tornou professora da Liga dos Estudantes de Arte (Art Student’s League, 1907-1908). O´Keeffe ensinou nos cursos de verão da Universidade da Virgínia (1912) e da Universidade de Columbia (1916). O'Keeffe tornou-se diretora do Departamento de Arte da Faculdade West Texas. Anita Pollitzer mostrou vários desenhos e aquarelas de O’Keeffe para o fotógrafo Alfred Stieglitz, gestor do único espaço dedicado ás vanguardas artísticas na época, a Galeria 291, situada no número 291 da 5a Avenida (Nova York). As obras sobre papel de O’Keeffe participaram de mostra coletiva nessa galeria (1916). A artista tornou-se membro ativo do Círculo de Alfred Stieglitz,  de relações que incluíam vários artistas das vanguardas européias cujas obras o fotógrafo expôs, desde Marcel Duchamp (1887-1968)e Francis Picabia (que ele acolheu quando os artistas passaram sua primeira temporada norte-americana, fugindo da guerra que arrasava a Europa (1915).
         
Na primeira mostra individual de O'Keeffe, ela apresentou 10 desenhos (1917): Stieglitz persuadiu-a a abandonar o ensino da arte para devotar-se somente à pintura. O’Keeffe produziu inúmeras obras baseadas no desenho de flores, pinturas nas quais foi se aproximando cada vez mais do interior de seu núcleo e tornando sua arte cada dia mais Abstrata. O’Keeffe pintou formas sexualmente sugestivas do interior das flores, em cores pastéis e depois cada vez mais definidas, mais fortes e dotadas de grande vitalidade.

Obras de O’Keeffe participaram do dito, Precisionismo, movimento da vanguarda nova-iorquina, do qual fizeram parte  o artista plástico, fotógrafo e cineasta Charles Sheeler (1883-1965), Charles Demuth (1883-1935) e Edward Hopper (1882-1967), entre outros.

Quando O'Keeffe voltou a viver em Nova York, a artista visitou, junto com sua amiga Mabel Dodge Luhan a vila indígena de Taos (Novo México, 1923). A artista apaixonou-se pela região desértica e passou vários invernos pintando neste local. O’Keeffe casou-se com Stieglitz (1924-), que fotografou-a mais de 500 vezes. A artista dividiu seu tempo, entre a cidade de Nova York e temporadas em Lake George (NY) e Novo México (1929-).  Stieglitz foi o grande responsável pela divulgação da obra da artista e anualmente, até o ano de sua morte, ele promoveu  mostra individual do trabalho de O’Keeffe (1917-1946).
 
A obra de O’Keeffe representou a renovação inspirada, da arte tipicamente norte-americana, pois a artista nunca manteve ligações e recebeu influência da arte das vanguardas européias, como os artistas norte-americanos do primeiro grupo vanguardista liderado por Robert Henri (1865-1929), que, durante certo período, estudou na Europa. Como O'Keeffe viveu durante quase um século, pois morreu aos 98 anos de idade, a influência de sua Abstração foi vital na história do modernismo na arte norte-americana no século XX.

Depois da morte de Stieglitz (1946-) O’Keeffe mudou-se definitivamente para o Novo México: a artista construiu sua  residência em Santa Fé (1984-). A revista Architectural Digest fotografou esta casa reproduzida nas suas páginas, no estilo da arquitetura típica regional, construída na técnica primitiva do adobe, com paredes brancas de suaves formas arredondadas. A artista manteve estúdio em Abiquiu (Novo México).


Depois da década de 1950 O'Keeffe viajou intensamente e executou a série de obras Abstratas inspiradas nas vistas da terra, do céu e das nuvens, resultante destas suas viagens aéreas. O'Keeffe recebeu inúmeros prêmios e honrarias, como os graus honorários da Universidade de Columbia (1971) e da Universidade de Harvard (1973); a artista recebeu a Medalha da Liberdade (1977) e a Medalha Nacional das Artes (1985). O’Keeffe foi eleita membro da Academia Nacional de Artes e Letras e da Academia Nacional de Artes e Ciências. Obras de O’Keeffe encontram-se nos acervos do MoMA e do Museu  Metropolitano  (Nova York), e em muitas coleções particulares.

A obra da artista foi descoberta pelas novas gerações por ocasião de sua mostra retrospectiva realizada no Museu Whitney de Arte Americanat (Nova York, 1970). Os estudantes, os colecionadores e a crítica de arte ficaram aturdidos com a modernidade precursora da obra de O’Keeffe, produzida na estética muito além de seu tempo. A artista escreveu sua autobiografia ilustrada com reproduções de suas pinturas e cooperou na produção do filme de Perry Miller Adato para a WNET-TV, que recebeu o Prêmio do Directors Guild of América (1977).

A pintura Música, Negra e Azul [Music, Black and Blue] de O'Keeffe se encontra reproduzida (HELLER, 1997). Várias fotografias eróticas da artista ainda jovem, de autoria de Stieglitz, encontram-se reproduzidas no catálogo da mostra O Sexo na Arte Feminimasculino [Le Sexe dans l'Art, Féminimasculin], exposição da qual participaram, realizada no MNAM (Paris, 1991).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

 
ASBURY, E. E. Georgia O’Keeffe Shaper of Modern Art in the U.S. New York: The New York Times, Obituaries, March, 2003.

 
CATÁLOGO. Le Sexe dans l'Art Féminimasculin. Paris: MNAM, Centre Georges Pompidou, 1990, pp. , pp. 240, 241, ils. 384-387.


DICIONÁRIO. CHILVERS, I. The Concise Oxford Dictionary of Art and Artists. Edited by Ian Chilvers.  Oxford: Oxford University Press, 1990. 517p., pp. 335-336. (Oxford reference).

HELLER, N. Women Artists: an Illustrated History. 3a ed. New York - London - Paris: Abeville, 1997.

O´KEEFFE, G. One Hundred Flowers. New York: Nicolas Callaway, Barnes and Noble,   1987.

TOBLER, J. DYER, B.; GREENE, D: GREENBERG, A.; HARRISON, H.; MILLS, S.; GOODVE, T. N. The American Art Book. London: Jay Tobler. Phaidon Press, 1999, p.  324-325.

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