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Friday, July 3, 2015

BIOGRAFIA: DE FIORI, Ernesto (1884-1945).

BIOGRAFIA: DE FIORI, Ernesto (1884-1945). O artista, que viveu prolongado período no Brasil, nasceu de origem alemã em Roma. De Fiori estudou na classe de desenho de Gabriel von Hackl (1843-1926), na Academia para a Reconstrução da Arte [Akademie der Bildenden Kunst], em Munique. O artista plástico foi desestimulado pelo litógrafo alemão Otto Greiner (1869-1916), que vivia em Roma, para onde De Fiori voltou. Na época De Fiori fez amizade com o escultor suíço Hermann Halerr (1880-1950). A obra de De Fiori sofreu várias influências dos artistas do Grupo dos Simbolistas, como Ferdinand Hodler (1853-1918) e Max Klinger (1857-1920). De Fiori passou nova temporada em Londres (1909-1910), período que alternou com estadias em Munique, onde ele expôs sua obra pictórica Cabaré (1910). Quando passou temporada em Paris (1911-1914), De Fiori estudou as obras de Paul Cèzanne (1839-1906): foi quando surgiram suas primeiras esculturas. Em Roma o artista conheceu o escultor Arturo Martini (1889-1947), mas De Fiori continuou vinculado ao mercado de arte alemão, presente nas cidades de Munique, Colônia e Dusseldorf. De Fiori saiu de Paris devido a eclosão da Primeira Guerra Mundial, na cidade onde contatou as vanguardas francesas e ficou amigo de Henri Matisse (1869-1954) e Pablo Picasso (1881-1973). De Fiori voltou à Alemanha, naturalizou-se e se alistou, sendo enviado para lutar no front de batalha. Depois que a guerra terminou De Fiori foi viver na sede do Dadaísmo europeu, em Zurique (Suíça). De Fiori não aderiu as movimento, pelo contrário, criticou-o. O artista expôs em mostra coletiva, da qual participou Ferdinand Hodler (Berna, Suíça, 1919). Nesse país De Fiori casou-se com jovem escultora, com a qual viveu durante sete anos: ele voltou a Alemanha e viveu em Munique e Berlim (1920-1933). O escritor e editor Carl Einstein (1885-1940), ativo participante do Dadaísmo europeu publicou A Arte da Década de 1920 [Die Kunst des 20. Jahrhunderts] (1926), no qual criticou severamente as esculturas de De Fiori, provavelmente em represália às críticas anteriores deste ao Dadaísmo. O artista jogou-lhe o livro na cabeça, episódio largamente explorado na imprensa da época. De Fiori viajou para o Brasil, radicando-se em São Paulo, onde viviam sua mãe e irmão. O artista passou a expor com escasso sucesso suas esculturas, nas pequenas galerias locais, como ocorreu na mostra realizada na Galeria Guatapará. As esculturas de De Fiori participaram dos três Salões de Maio (1937-1939; v.). As obras do artista participaram do 3º Salão da Família Artística Paulista (Rio de Janeiro, 1940; v. o Grupo da Família Artística Paulista); do 1º Salão de Arte da Feira Nacional das Industrias (1941); e do Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos (1942-1944). O artista expôs suas obras em três mostras individuais realizadas na Nova Galeria de Arte (Rio de Janeiro, 1937); na sede da revista Casa e Jardim (São Paulo, 1939) e na Galeria Itá, localizada em local nobre (São Paulo, 1944). As esculturas de De Fiori começaram a ser notadas depois da mostra do Salão de Maio (São Paulo, 1939), pois receberam algumas críticas favoráveis publicadas na imprensa. No entanto, Gustavo Capanema, Ministro da Educação, recusou suas obras: na arte brasileira de sua época o artista ficou relegado ao segundo plano. Posteriormente as obras de De Fiori foram objeto de estudo para tese de doutoramento de Mayra Laudanna, no Instituto de Estudos Brasileiros da USP, que resultou em importante mostra que publicou detalhado catálogo, realizada na Pinacoteca do Estado (São Paulo, 1999). A obra pictórica de De Fiori abordou temas comuns à sua época: retratos, figuras e paisagens, entre estas várias da Represa de Santo Amaro (c. 1939-). A obra escultórica de De Fiori é mais importante e de maior peso para a arte brasileira do que sua obra pictórica: algumas de suas obras pertencem ao acervo do MAC – USP como O Brasileiro (gesso patinado, 84,5 cm x 24,5 cm x 18 cm), além da mesma obra fundida em bronze (83 cm x 24,5 cm x 14 cm); e seu Autoretrato (1945, bronze, 32,6 cm x 19,5 cm x 23,5 cm). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: BARBOSA, A. M. Catálogo Geral de Obras 1963-1993. São Paulo: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Fundação Bienal, 1993, p. 107. LAUDANNA, M; KOSSOVITCH, L., PFFEIFER, W. Ernesto de Fiori. Uma Retrospectiva Pintura, Desenho e Escultura. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1997. MARQUES, L. (Curador). 30 mestres da pintura. São Paulo: Museu de Arte Assis Chateaubriand, 1999, pp. 145-146. TEIXEIRA LEITE, J. R. T. Dicionário Crítico de Pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Paulo Mendes da Silva - Art Livre, 1988, pp. 149-150.

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