BLOG EDUCATIVO: ARTE AMERICANA DE VANGUARDA: HISTÓRIA, MOVIMENTOS, ARTISTAS E IMAGENS. Brasil-Estados Unidos-México- Argentina-Uruguai-Canadá. Autorretrato acima à direita de Jean-Louis David, com retratos de Napoleão, Marat e Madame Récamier. David foi professor e era primo de Jean-Baptiste Debret, pintor e gravador que veio ao Brasil com a Missão Francesa.
Translate
Thursday, July 2, 2015
BIOGRAFIA: VISCONTI, Eliseu d'Angelo (1866-1944).
BIOGRAFIA: VISCONTI, Eliseu d'Angelo (1866-1944).
O artista nasceu em Villa Santa Catarina, em Salerno (Itália); com menos de um ano de idade, Visconti veio viver no Rio de Janeiro em companhia de seus pais, imigrantes italianos. O futuro artista foi aluno de Victor Meirelles (de Lima, 1832-1903), José Maria Medeiros (1849-1925), Henrique Bernardelli (1837-1946) e Rodolfo Amoedo (1857-1941), quando ele estudou no Liceu Imperial de Artes e Ofícios.
Visconti ganhou o Prêmio de Viagem à Europa; ele passou em 7º lugar, entre os quase 500 candidatos no concurso para admissão na Escola Nacional Superior de Belas Artes (Paris, 1892). Na escola Visconti foi aluno de Eugène Sommel e do suíço Eugène Samuel Grasset (1845-1917); ao mesmo tempo ele frequentou a Escola de Artes Decorativas. Obras de Visconti participaram da Exposição Universal (Paris, 1889), quando ele foi premiado com Medalha de Prata por Juventude [Gioventú] (1888, óleo/ tela, 0,49 cm x 0,65 cm), hoje no acervo do MNBA (Rio de Janeiro). Durante a sua temporada européia a obra de Visconti sofreu a influência dos mestres clássicos italianos como Sandro Botticeli (Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, 1445-1510), e dos pintores renascentistas. Visconti visitou o Museu do Prado, em Madrid, onde ele, como forma de aprendizado, copiou Diego Velazquez (1599-1660).
Foi na Europa que Visconti realizou sua primeira mostra individual (Paris, 1901), onde expôs, além de suas pinturas, obras em cerâmica. O artista regressou ao Rio de Janeiro quando foi convidado a pintar a frisa do proscênio e o painel circular da abóbada do Theatro Municipal. Visconti voltou a viver em Paris, onde dedicou-se a este projeto (1906-1907): ele se instalou no ateliê de Pierre Puvis de Chavannes (1824-1898), o mais conhecido muralista francês do final do século XIX. Visconti foi influenciado pela obra de Chavannes, pois dele recebeu certa influência Impressionista, que transpôs para sua obra mural realizada para o Theatro Municipal, que ele pintou com cores pastéis delicadas, que até hoje encantam o distinto público frequentador do teatro.
Visconti voltou a viver no Rio de Janeiro, quando foi nomeado professor da Escola Nacional de Belas Artes [ENBA]; ele tornou-se diretor do Departamento de Pintura, do Museu Nacional de Belas Artes [MNBA] (1907-1913), mas posteriormente demitiu-se e voltou a França (1913). O artista iniciou o projeto de decoração do vestíbulo do mesmo Theatro Municipal, que a arte de Visconti tornou um dos mais belos teatros brasileiros. Visconti somente voltou definitivamente ao Brasil, depois do término da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O artista foi convidado e realizou a pintura decorativa do vestíbulo do Conselho Municipal do Distrito Federal (Rio de Janeiro, 1923). Nesta edificação pública Visconti pintou o painel Assinatura da Primitiva Constituição Republicana, obra em que figuraram os retratos dos 63 constituintes, pintados em tamanho natural. Visconti realizou pinturas para o Palácio Tiradentes; ele destacou-se, tanto na pintura bem como na Arte Mural e na Arte Decorativa.
O artista viveu em Terezópolis, onde pintou inúmeras paisagens; na maioria de suas obras, Visconti manteve seu estilo de influência Impressionista, mas ele passou certa fase caracterizada pelo Neo-Realismo, que ficou conhecida na sua obra como o Período de Terezópolis. Na época seus temas foram cenas de famÍlia, retratos e auto-retratos: Visconti faleceu no Rio de Janeiro (15 outubro, 1944).
Estiveram em exposição com curadoria de José Simeão Leal, 35 obras do artista na Sala Especial Eliseu Visconti, que, no catálogo da II Bienal Internacional (São Paulo, 1953), destacou que, com E. Visconti iniciou a arte moderna brasileira, rompendo com o academicismo estéril no seu artificialismo, sem sentido, em um país novo e ávido de novas formas de expressão. Foi Visconti o primeiro impressionista brasileiro, que abriu vasto campo de pesquisas e identificou-se com todas as correntes artísticas avançadas de sua época. A importante mostra trouxe muitas pinturas realizadas por Visconti na França: as paisagens de Saint Hubert e os retratos datados de Paris (1916); a Cura de Sol (Paris, 1920); os retratos de Yvonne e Affonso (1922), de Louise (1923); Paisagens do Rio de Janeiro (1923); várias obras pintadas no Rio de Janeiro (1923; 1932; 1934); seu Autorretrato (1938), além de várias Paisagens de Terezópolis (1929; 1939-1944); a mostra se encerrou com a pintura Meu Neto (1944, coleção Tobias Visconti). A obra de Visconti Avenida Central (c.1908, óleo/tela, 49,5 cm x 33 cm), pintada no mais avançado estilo das vanguardas francesas da época, bem como sua pintura Pontilhista e Pós-Impressionista Patinhos no Lago (1897, óleo/tela, 59,5 cm x 80,5 cm), participaram da Coleção Fadel, no CCBB (Rio de Janeiro, 2001) e se encontram reproduzidas no catálogo da mostra. A pintura de estilo Impressionista No Jardim (óleo/tela, 47 cm x 61 cm), de Visconti, pertencente ao acervo artístico do Ministério das Relações Exteriores, em exposição no Palácio Itamaraty (Brasília) e encontra-se reproduzida no livro homônimo, dedicado ao acervo deste edifício público.
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
Coleção Fadel. Rio de Janeiro: CCBB, 2002.
GROVE, E.; TURNER, J. (Ed.). Encyclopedia of Latin American and Caribbean Art. New York: Jane Turner and Grove, 2000. 782p., 40p. de lâminas color.: il., mapas, p. 713. (Grove Encyclopedias of the Art of Americas, 2 v.).
Palácio Itamaraty Brasília: Brasília, Rio de Janeiro. São Paulo: BancoBIOGRAFIA: VISCONTI, Eliseu d'Angelo (1866-1944).
O artista nasceu em Villa Santa Catarina, em Salerno (Itália); com menos de um ano de idade, Visconti veio viver no Rio de Janeiro em companhia de seus pais, imigrantes italianos. O futuro artista foi aluno de Victor Meirelles, José Maria Medeiros, Henrique Bernardelli (1837-1946) e Rodolfo Amoedo (1857-1941), quando ele estudou no Liceu Imperial de Artes e Ofícios.
Visconti ganhou o Prêmio de Viagem à Europa; ele passou em 7º lugar, entre os quase 500 candidatos no concurso para admissão na Escola Nacional Superior de Belas Artes (Paris, 1892). Na escola Visconti foi aluno de Eugène Sommel e do suíço Eugène Samuel Grasset (1845-1917); ao mesmo tempo ele frequentou a Escola de Artes Decorativas. Obras de Visconti participaram da Exposição Universal (Paris, 1889), quando ele foi premiado com Medalha de Prata por Juventude [Gioventú] (1888, óleo/ tela, 0,49 cm x 0,65 cm), hoje no acervo do MNBA (Rio de Janeiro). Durante a sua temporada européia a obra de Visconti sofreu a influência dos mestres clássicos italianos como Sandro Botticeli (Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, 1445-1510), e dos pintores renascentistas. Visconti visitou o Museu do Prado, em Madrid, onde ele, como forma de aprendizado, copiou Diego Velazquez (1599-1660).
Foi na Europa que Visconti realizou sua primeira mostra individual (Paris, 1901), onde expôs, além de suas pinturas, obras em cerâmica. O artista regressou ao Rio de Janeiro quando foi convidado a pintar a frisa do proscênio e o painel circular da abóbada do Theatro Municipal. Visconti voltou a viver em Paris, onde dedicou-se a este projeto (1906-1907): ele se instalou no ateliê de Pierre Puvis de Chavannes (1824-1898), o mais conhecido muralista francês do final do século XIX. Visconti foi influenciado pela obra de Chavannes, pois dele recebeu certa influência Impressionista, que transpôs para sua obra mural realizada para o Theatro Municipal, que ele pintou com cores pastéis delicadas, que até hoje encantam o distinto público frequentador do teatro.
Visconti voltou a viver no Rio de Janeiro, quando foi nomeado professor da Escola Nacional de Belas Artes [ENBA]; ele tornou-se diretor do Departamento de Pintura, do Museu Nacional de Belas Artes [MNBA] (1907-1913), mas posteriormente demitiu-se e voltou a França (1913). O artista iniciou o projeto de decoração do vestíbulo do mesmo Theatro Municipal, que a arte de Visconti tornou um dos mais belos teatros brasileiros. Visconti somente voltou definitivamente ao Brasil, depois do término da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O artista foi convidado e realizou a pintura decorativa do vestíbulo do Conselho Municipal do Distrito Federal (Rio de Janeiro, 1923). Nesta edificação pública Visconti pintou o painel Assinatura da Primitiva Constituição Republicana, obra em que figuraram os retratos dos 63 constituintes, pintados em tamanho natural. Visconti realizou pinturas para o Palácio Tiradentes; ele destacou-se, tanto na pintura bem como na Arte Mural e na Arte Decorativa.
O artista viveu em Terezópolis, onde pintou inúmeras paisagens; na maioria de suas obras, Visconti manteve seu estilo de influência Impressionista, mas ele passou certa fase caracterizada pelo Neo-Realismo, que ficou conhecida na sua obra como o Período de Terezópolis. Na época seus temas foram cenas de famÍlia, retratos e auto-retratos: Visconti faleceu no Rio de Janeiro (15 outubro, 1944).
Estiveram em exposição com curadoria de José Simeão Leal, 35 obras do artista na Sala Especial Eliseu Visconti, que, no catálogo da II Bienal Internacional (São Paulo, 1953), destacou que, com E. Visconti iniciou a arte moderna brasileira, rompendo com o academicismo estéril no seu artificialismo, sem sentido, em um país novo e ávido de novas formas de expressão. Foi Visconti o primeiro impressionista brasileiro, que abriu vasto campo de pesquisas e identificou-se com todas as correntes artísticas avançadas de sua época. A importante mostra trouxe muitas pinturas realizadas por Visconti na França: as paisagens de Saint Hubert e os retratos datados de Paris (1916); a Cura de Sol (Paris, 1920); os retratos de Yvonne e Affonso (1922), de Louise (1923); Paisagens do Rio de Janeiro (1923); várias obras pintadas no Rio de Janeiro (1923; 1932; 1934); seu Autorretrato (1938), além de várias Paisagens de Terezópolis (1929; 1939-1944); a mostra se encerrou com a pintura Meu Neto (1944, coleção Tobias Visconti). A obra de Visconti Avenida Central (c.1908, óleo/tela, 49,5 cm x 33 cm), pintada no mais avançado estilo das vanguardas francesas da época, bem como sua pintura Pontilhista e Pós-Impressionista Patinhos no Lago (1897, óleo/tela, 59,5 cm x 80,5 cm), participaram da Coleção Fadel, no CCBB (Rio de Janeiro, 2001) e se encontram reproduzidas no catálogo da mostra. A pintura de estilo Impressionista No Jardim (óleo/tela, 47 cm x 61 cm), de Visconti, pertencente ao acervo artístico do Ministério das Relações Exteriores, em exposição no Palácio Itamaraty (Brasília) e encontra-se reproduzida no livro homônimo, dedicado ao acervo deste edifício público.
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
Coleção Fadel. Rio de Janeiro: CCBB, 2002.
GROVE, E.; TURNER, J. (Ed.). Encyclopedia of Latin American and Caribbean Art. New York: Jane Turner and Grove, 2000. 782p., 40p. de lâminas color.: il., mapas, p. 713. (Grove Encyclopedias of the Art of Americas, 2 v.).
Palácio Itamaraty Brasília: Brasília, Rio de Janeiro. São Paulo: Banco Safra, 2002, pp. 100-101.
Sala Especial Elizeu Visconti. II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Brasil. São Paulo: EDIAM, 1ª ed., dezembro 1953, pp. 02-06.
TEIXEIRA LEITE, J. R. T. Dicionário Crítico de Pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Paulo Mendes da Silva - Art Livre, 1988, p. 254.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment