O artista tornou-se um dos principais paisagistas norte-americanos: ele foi precurssor das vanguardas de seu país. Homer ganhou sua vida como ilustrador, trabalhando para publicações como a revista Harper's Weekly e outras do mesmo gênero, quando adquiriu no seu desenho qualidades gráficas únicas de reportagem, que incorporou à estética de suas obras.
O artista passou período vivendo em Paris (1867), onde tornou-se influenciado pela obra de Claude Monet, cujas qualidades plásticas de representação da luz e cor Homer buscou conquistar para a sua própria obra. Quando voltou à América, Homer estabeleceu-se na costa da Nova Inglaterra, em Tynemouth, onde encontrou seu tema preferido: o mar (1881-1882). O artista morou isolado em Prout's Neck, na costa do Maine; lá produziu as que são consideradas como suas melhores obras. Homer pintou a natureza pura e selvagem da região inexplorada, refletindo nas aquarelas e pinturas o espírito que norteou os grandes desbravadores. Esse pioneiro, empregou nas obras grandes pinceladas, bastante livres para sua época, que partiram de seu espírito vivo e presente. Como obras deste período citamos West Point, Prouts Neek (1900, óleo/ tela 76,3 cm x 122,3 cm, no acervo do Instituto de Arte Sterling e Francine Clark), que encontra-se reproduzida (BUTOR, 1992).
A obra de Homer situa-se entre a influência da escola francesa do Impressionismo e a do Naturalismo americano, no qual Homer inscreve-se como um dos melhores artistas. Homer não gostava de dar o acabamento convencional as suas pinturas e deixava vastos espaços em branco, que tornavam visível o fundo da tela, lembrando Gustave Moureau nessa sua particularidade pessoal. Homer tornou-se um dos mais admiráveis paisagistas das vanguardas norte-americanas; sua obra Noite de Verão (1890), encontra-se reproduzida (PIERRE, 1991). Homer foi um grande mestre na técnica de aquarela; sua obra Quantos Ovos [How many Eggs?] (1873, aquarela/ papel, 40,00 cm x 30,40 cm, na coleção de Karen A. e Kevin W. Kennedy), encontra-se reproduzida na Revista de Arte Americana [American Art Review] (abril, 2002). A obra é muito significativa: mostra um garoto, de pés descalços, apoiado na borda de grande buraco no barranco às margens de rio, segurando-se nos arbustos do topo e equilibrando-se precáriamente, enquanto outro menino com chapéu cinza observa de cima do barranco. Muitos pássaros voam na paisagem, que mostra o céu azul; a obra é de um realismo estonteante, avançada para sua época, no traço liberto e seguro do artista. Outra obra Debaixo do coqueiro (1898, aquarela/ papel, 38 cm x 53,8 cm, no Museu de Arte Fogg, Cambridge), encontra-se reproduzida (GROVE, 2000). As duas obras estão separadas por período de vinte e cinco anos e mostram a evolução do artista na estética bem mais liberta mostrada na segunda obra.
O grande aquarelista e pintor realista norte-americano Andrew Whyeth, admitiu a influência da obra de Homer sobre seu trabalho; ambos realizaram obra única, completamente baseada em temas nacionais, da expressiva arte de raízes e herança cultural norte-americana (v. imagens e biografia de Claude Monet no meu Blog:
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
BONFANTI-WARREN, A. The Musée D'Orsay. New York: Barnes and Noble, 2000. 320p., il., color. p. 190. 25,5 x 36,5 cm.
BUTOR, M.; MARTIN, J.; MASSU, C.; NICHOLS, S., PARIGORIS, A.; RIOUT, D.; TRAVIS, D. BUTOR, M (Pref.). L'Art des États-Unis. Traduction de Christiane Thiollier et Dominique Ferrault. Paris: Citadelles et Mazenod, 1992. 637p: il., color., p. 240.
DICIONÁRIO. CHILVERS, I. The Concise Oxford Dictionary of Art and Artists. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1990. 517p., p. 207 (Oxford reference).
ENCICLOPÉDIA. GROVE, E.; TURNER, J. (Ed.). Encyclopedia of Latin American and Caribbean Art. New York: Jane Turner and Grove, 2000. 782p., 40p. de lâminas color.: il., mapas, plate XVI (Grove Encyclopedias of the Art of Americas, 2 v.).
PIERRE, J. L'Univers Symboliste: décadence, symbolisme et art nouveau. Paris: Éditions d'Art Aimery Somogy, 1991, p. 100.
SHAPIRO, M. Hamilton College Alumni Collectors. Escondido (CA): American Art Review, 2002, pp. 110-117
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