BIOGRAFIA: WHISTLER, James Abbot McNeill (1834-1903).
O importante artista plástico e gravador norte-americano foi educado na Rússia e na Europa. O pai de Whistler foi engenheiro responsável pela construção da estrada de ferro São Petersburgo – Moscou. Whistler iniciou sua educação artística na Academia Imperial de Artes (São Petersburgo). Quando sua família voltou a viver na América (1849), o artista viajou com ela, mas depois resolveu voltar à Europa, quando viveu em Paris (1855). Whistler foi aluno do pintor e litógrafo Henri de Fantin-Latour (1836-1904); do pintor e escultor Edgar Degas (1834-1917); e do pintor e gravador Alphonse Legros (1837-1911): ele estudou no Ateliê de Gleyre na Escola de Belas Artes.
Whistler fundou a Sociedade dos Três, com Henri de Fantin-Latour e Alphonse Legros; o artista fundou a Sociedade Parisiense dos Artistas Americanos [Paris Society of American Artists], da qual participou Richard Miller (1875-1943). Whistler foi viver em Londres (1859), onde sua carreira foi brilhante: ele tornou-se o mais famoso artista norte-americano na Europa. Mesmo radicado na Inglaterra Whistler fazia visitas frequentes a Paris, onde se manteve amigo próximo do grupo dos intelectuais, artistas e escritores das vanguardas francesas como Charles Baudelaire e do grupo de pintores Impressionistas (Paris, 1874-1885). O Grupo dos XX convidou James Whistler para participar de suas mostras internacionais (Bruxelas, Bélgica, 1885-1894).
A obra de Whistler foi influenciada pelo Realismo de Gustave Courbet (1819-1877), artista associado à Escola de Barbizon (França, 1855-). Whistler foi gravador competente, que criou uma série de gravuras na técnica de água-forte com a temática do rio Tâmisa (Londres, 1859). Whistler pintou retratos, com influência da arte de Dante-Gabriel Rossetti e de Diego Velasquez, bem como da arte da gravura japonesa introduzida com muito sucesso na sociedade parisiense da época. Whistler manteve ligações norte-americanas através de sua filiação a diversas associações de artistas, como a Sociedade de Artistas Americanos [Society of American Artists], a Sociedade de Artistas da Filadélfia [Philadelfia Society of Artists]: suas obras participaram regularmente das mostras dessas associações nos Estados Unidos (1880-). Em meados da mesma década Whistler simplificou a estética de suas pinturas, abrandando sua paleta, quando ele pintou o conhecido Retrato da mãe do artista, adquirido pelo governo francês por soma astronômica, até então jamais paga pela obra de artista norte-americano na Europa, pintura que hoje pertence ao acervo do Museu d’Orsay (Paris). O quadro de Whistler Jovem vestida de branco, foi celebrado pela crítica de arte de sua época como alegoria: na realidade, a obra representou bem mais, foi o manifesto pictórico do artista em prol da simplificação da arte, quando Whistler conquistou grande leveza estilística expressa em cores quase que transparentes, pintura que influenciou a obra do artista vienense Gustav Klimt.
Whistler desenvolveu sua teoria de que a arte não deveria ser nem moral nem narrativa, que arte seria
[...] a musica poesia para o ouvido, como a pintura a poesia para a visão [...].
Este artista cultivado, que nunca cessou de oferecer nas suas obras constantes referências voltadas para a estética avançada, como na pintura Noturno em azul e ouro, velha ponte Battersea (1872-1875), quase Abstração pioneira, apresentando a visão noturna de fogos de artifício no céu, com a ponte parcialmente oculta pela fumaça, obra que se encontra reproduzida (PIERRE, 1991).
Nos primórdios do século XX, Whistler tornou-se um dos artistas norte-americanos com maior prestígio na sua época, influente precurssor do Impressionismo e do Simbolismo europeu. O retrato de James Whistler por Helleu se encontra reproduzido (CASSOU, 1988).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
BUTOR, M.; MARTIN, J.; MASSU, C.; NICHOLS, S., PARIGORIS, A.; RIOUT, D.; TRAVIS, D. BUTOR, M (Pref.). L'Art des États-Unis. Traduction de Christiane Thiollier et Dominique Ferrault. Paris: Citadelles et Mazenod, 1992. 637p: il., color., p. 483.
CASSOU, J.; BRUNEL, P.; CLAUDON, F; PILLEMONT, G.; RICHARD, L. (Col.). Petite Encyclopedie du Symbolisme: Peinture, Gravure et Sculpture, Littérature, Musique. Paris: Somogy, 1988, pp. 149-150.
PIERRE, J. L'Univers Symboliste: décadence, symbolisme et art nouveau. Paris: Éditions d'Art Aimery Somogy, 1991, p. 137.
RIOUT, D. (et al.); BUTOR, M. (Avant-Propos). L'Art des États Unis. Paris: Citadelles et Mazenot, 1992. 637p.: il. color., 03 mapas, p. 92.
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