HISTÓRIA DAS VANGUARDAS AMERICANAS: AS REVISTAS DADAÍSTAS PUBLICADAS EM NOVA YORK.
NEW YORK DADA [NOVA YORK DADÁ].
RONGWRONG [ERROERRADO].
THE BLIND MAN [O CEGO].
THE RIDGEFIELD GAZOOK [A GAZETA DE RIDGEFIELD].
TNT
NEW YORK DADA [NOVA YORK DADÁ].
A revista New York Dada (Nova York, abr.,
1921), porta-voz do Dadaísmo nova-iorquino, foi publicada com único
número por Marcel Duchamp e Man Ray. A capa, ilustrada por Marcel Duchamp, foi peça
de arte tipográfica, com letras rodeando a figura de La Belle Haleine,
tal qual rótulo de vidro de perfume impresso com a fotografia de Rrose
Sélavy (Duchamp) por Man Ray, travestido como velha dama; a fotografia foi
impressa no meio da capa sobre fundo com as palavras NEW YORK DADA repetidas ad infinitum.
Uma ilustração da revista mostrou a fotografia Watch
your step [Olhe onde pisa], de Alfred Stieglitz; a Dadaphoto, de Man
Ray; a Autorização, de Tristan Tzara, que aproveitou para anunciar sua
próxima revista Dadaglobe, nunca publicada; Agora provarei que
uma bala disparada não perde sua velocidade quando vira, contornando cantos,
artigo de R. Goldberg; Pug debts make society bow, dito anônimo, porém
atribuído à Man Ray; Sua, com devoção, poema de autoria da excêntrica
baronesa Elsa von Freytag-Loringhoven, ilustrado com duas fotografias
dela; Não Perca..., anúncio da Sociedade
Anônima Schwitters Co. Foram mencionadas em New York Dada
outras revistas vanguardistas, como Aesthete, The Soil, The Rogue, The
Little Review e New Review of Poetry.
RONGWRONG [ERROERRADO].
O espírito Dadaísta que norteou os dois números da publicação The
Blind Man (Nova York, abr. – maio, 1917), norteou a publicação do único
numero da Rongwrong (Nova York, maio, 1919) e da New York
DADA (abr., 1921). Todas as revistas citadas foram editadas por Marcel Duchamp
e Man Ray para o Dadaísmo nova-iorquino, organizado pelos artistas com a
ajuda de Francis Picabia, Walther Conrad Arensberg e Alfred Stieglitz (Nova York,
1915-1921).
THE BLIND MAN [O CEGO].
A revista The Blind Man (Nova York, n. 01, 10
abr. - n. 02, 02 maio, 1917), foi editada com dois números por Marcel Duchamp. Na
época Duchamp mantinha grande influência sobre Francis Picabia e Man Ray; com
ambos ele compartilhava a paixão pelo jogo de xadrez, além da excepcional
ligação dos três artistas com a arte das vanguardas. Estas características
pessoais comuns possibilitaram a emergência do estilo provocador e mistificador
que norteou a linha editorial da publicação, bem como da outra revista
publicada poucos anos antes por Man Ray, The Ridgefield Gazook
(Nova York, 1915; v.).
A revista The Blind Man foi ilustrada com a
fotografia da obra Moinho de Chocolate de Marcel Duchamp; seu número 2
foi editado por Totor, um dos muitos pseudônimos de Duchamp, com Pierre Roche e
Beatrice Wood. Nos textos apareceu o artigo S.T.E.S., de Eric Satie; a
fotografia de ready-made de Duchamp, assinado com o pseudônimo de R.
Mutt (Richard Mutt); o artigo A obra recusada nos Independentes,
publicando a fotografia (Alfred Stieglitz) da obra Fonte, de autoria de
Richard Mutt (M. Duchamp); o editorial de Louise Norton: O caso de Richard
Mutt; poema de Charles Demuth, dedicado a Richard Mutt; Caricaturas
Expressionistas, de Clare Tice, publicadas também em outras revistas
vanguardistas; o poema Axiom [Axioma], de Walter Conrad Arensberg; Carta
de uma mãe; a pintura Coney Island, de Joseph Stella; o poema Medusa,
de Francis Picabia; a reprodução de pintura de Charles Duncan;
a crítica sobre Marie Laurencin, de autoria de Gabrielle Buffet (Buffet-Picabia);
a reprodução da carta de Alfred Stieglitz, sugerindo o total anonimato para
todos os participantes do Salão dos Artistas Independentes (Nova York);
outros artigos, críticas e poesias.
THE RIDGEFIELD GAZOOK
[A GAZETA DE RIDGEFIELD]
A revista The Ridgefield Gazook (Nova York,
31 mar., 1915), publicou único número editado pelo artista plástico
multimídia Man Ray, que ficou muito conhecido como fotógrafo. O artista foi o
norte-americano mais associado às vanguardas artísticas francesas e a Marcel Duchamp,
com quem ele integrou o movimento Dadaísta norte-americano (Nova York,
1915-1921). Essa revista, que foi a primeira publicação Dadaísta na
América, foi anterior à mais conhecida publicação internacional, a revista Cabaret
Voltaire (Zurique, jun., 1916), mas, de certa forma, concorreu com a
revista 291, que foi a primeira das vanguardas norte-americanas
nessa época, voltada para a divulgação das obras de fotógrafos, publicada por
Alfred Stieglitz para sua 291 Art Gallery (Nova York, 1o mar.,
1915). A dupla dinâmica Man Ray e M. Duchamp publicou em Nova
York The Ridgefield Gazook (31 mar., 1915), The Blind Man (1917),
TNT (1919) e New York Dada (abr., 1921).
TNT.
A revista TNT
(Nova York, mar., 1919) foi publicada com único número editado por Man Ray e
Marcel Duchamp. A ilustração da capa foi a reprodução de escultura de Adolf Wolff. Arevista publicou artigo
de Adom Lacroix, primeira companheira de Man Ray; de autoria de M. Duchamp os
artigos Etymous, A pantomine, Caixa de Fósforos (1913), Caixa Verde
e Notas para o Grande Vidro (que Duchamp idealizou, mas jamais
executou); A porta Giratória, artigo de Man Ray com texto descritivo do
conjunto das técnicas de suas dez colagens em papel (1916-1917); a reprodução
da pintura primitiva de Louis Bouche; o caligrama Carrefour, de autoria
de Phillipe Soupault; Abstração Geométrica, desenho de Charles Sheeler;
o poema A malícia das sombras, de Mitchel Dawson; o poema Folhas de
Chá, de Adolf Woll; a reprodução da
pintura Meu primeiro nasciturno, de M. Ray; o drama O teatro da alma,
do russo Nikolai Evreinof, entre alguns outros textos.]
REFERÊNCIA
SELECIONADA:
CATÁLOGO.ADES.Dada and Surrealism Reviewed. Introduction by David Syilvester and supplementary essay by Elizabetn Cowling. London: the Authors and the Art Council of Great Britain, Hayward Galleries, 1978. 475p.: il.
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