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Monday, October 19, 2015

1816-1831 PANORAMA (BRASILEIRO) DA MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA OU MISSÃO FRANCESA (Rio de Janeiro, Brasil).

1816-1831 PANORAMA (BRASILEIRO) DA MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA OU MISSÃO FRANCESA (Rio de Janeiro, Brasil). No período que D. João, rei de Portugal (1767-1826) permaneceu no Brasil (29 novembro, 1807 - julho, 1821), o monarca empreendeu, entre outras, a missão civilizatória de convidar artistas franceses para estabelecerem no Rio de Janeiro, a Academia de Ciências e Artes. Os artistas e músicos que partiiparam da dita, Missão Francesa, na época eram opositores a Napoleão, imperador da França, e vieram ao Brasil chefiados pelo secretário da Seção de Belas Artes do Instituto da França, Joaquim Lebreton (1760-1819). D. João elevou o Rio de Janeiro à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves, sede oficial da coroa (16 de dezembro, 1815). Seguiram-se grandes celebrações, que perduraram durante os quatro últimos anos da permanência da monarquia portuguesa no Brasil, que incluíram o casamento de D. Pedro I com a princesa Leopoldina, o aniversário, aclamação e coroação de D. João VI, entre outras celebrações de menor importância. Os artistas da Missão Francesa organizaram os eventos e ornamentaram as ruas do Rio de Janeiro com Arcos de Triunfo, além de pintarem cenários para peças teatrais e concertos musicais. Para essas celebrações o mais conhecido músico português, o maestro Marcos Antônio da Fonseca Portugal (1762-1830), que emigrou para o Brasil (1811), compôs em homenagem as festividades de coroa várias peças musicais principalmente sacras. Muitos concertos foram realizados na Capela Real, e outros, no recém inaugurado Teatro São João, com 112 camarotes e platéia para mais de 1000 espectadores. A dita, Missão Francesa foi composta por vários artistas conhecidos na sua época, que emigraram ou passaram prolongada temporada no Brasil: Jean-Baptiste Debret (1768-1848), primo do pintor preferido de Napoleão, Jacques-Louis David (1748-1825), de quem foi aluno; o pintor de paisagens Nicolas Antoine Taunay (1755-1830) e seu irmão, o escultor Auguste Marie Taunay (1768-1824); o arquiteto Grandjean de Montigny (Auguste-Henri-Victor Grandjean de Montigny, 1776-1850), o gravador e entalhador Charles Simon Pradier (1783-1847); o professor de mecânica aplicada, Francisco Ovide; o ajudante de escultor, Francisco Bonrepos; o músico austríaco Sigismund von Neukomm (1778-1858), aluno do compositor Franz Joseph Haydn (1732-1809); além de dois surradores e curtidores de peles, um serralheiro, três carpinteiros e um mestre de obras de serraria. As despesas de viagem foram pagas pelo rei português, que garantiu a todos excelentes pensões, desde que permanecessem pelo menos seis anos no Brasil. A edificação projetada por Grandjean de Montigny para sediar a dita, Academia de Ciências e Artes, mais conhecida como Real Academia foi inaugurada somente no governo de D. Pedro I (1826). A corte portuguesa não se interessava pelas Belas Artes; no entanto, D. João patrocinou a música com generosas verbas, pois manteve músicos para se apresentarem na Capela Real, entre eles, alguns castrati italianos e 100 executantes dirigidos pelos Mestres de Capela, os alemães Theodor von Leithold (1771-1826) e Ludwig von Rango (1794-1861). Entre os artistas da Missão Francesa se destacou Jean-Baptiste Debret, que documentou em centenas de gravuras a vida da capital e do interior, nas obras que registraram a fauna, a flora, os índios e a chaga vergonhosa da escravidão. Depois de 15 anos de permanência no Brasil Debret voltou à França, quando reuniu e publicou vários álbuns reproduzindo suas gravuras REFERÊNCIAS SELECIONADAS: Gomes, L. (2007). 1808. Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo: Planeta, 3a reimpressão, pp. 21, 219-221, 378 (ns. 17, 18, 21).

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